Você sabia que o Brasil destina grande parte do seu PIB para o pagamento de servidores públicos? Em 2025, a previsão é que os gastos cheguem a R$ 1,7 trilhão. Isso equivale a 13,5% do PIB brasileiro, um patamar muito acima da média dos países da OCDE, que é de 9,3%.
Quando olhamos país por país, a diferença fica ainda mais clara: Estados Unidos gastam 9,1% do PIB, México 8,6%, Alemanha 7,9%, Suíça 7,6% e Japão apenas 5,6% do PIB com funcionários públicos. Ou seja, países ricos conseguem gastar menos, com mais eficiência, e ainda entregar serviços públicos de qualidade superior aos oferecidos no Brasil. Mas afinal, por que gastamos tanto?
Um dos fatores é que, em média, um servidor público brasileiro recebe 67% a mais do que um trabalhador na mesma posição no setor privado. Além disso, existe uma enorme disparidade: salários de entrada em carreiras públicas são altos, mas a diferença em relação ao topo da hierarquia é ainda mais gritante — sem falar nos desequilíbrios entre os três poderes.
O resultado dessa equação é que o Brasil mantém uma máquina pública cara, desigual e ineficiente. A população paga muito, mas recebe pouco em troca: serviços de baixa qualidade, filas no sistema de saúde, precariedade na educação e uma infraestrutura ainda deficiente. Esse descompasso reforça a urgência de uma reforma administrativa séria, que busque corrigir privilégios, racionalizar carreiras e aproximar as regras do setor público das práticas do setor privado.
Em economia, não existe alquimia. Não adianta apenas gastar mais — é preciso gastar melhor. O desafio brasileiro não está no tamanho das despesas, mas na eficiência e no foco do gasto público, para que cada real investido em servidores se traduza em qualidade de vida para o cidadão.