O uso da inteligência artificial no trabalho, nas mais diversas áreas, é uma realidade que não tem como voltar atrás. E se você ainda não aprendeu a utilizá-la na sua área, aprenda, porque vai ser muito útil. Mas lembre-se de que a inteligência artificial não substitui a resiliência, a proatividade, as análises — e, muitas vezes, ela também erra.
Como no caso da Deloitte, na Austrália, com as chamadas alucinações da IA. A Deloitte foi contratada pelo governo australiano, por meio do Departamento de Emprego e Relações de Trabalho, para auditar e revisar um sistema que aplicava penalidades automáticas a beneficiários de programas de emprego.
Segundo o jornal Financial Review, um relatório inicial foi publicado em julho. Mais ou menos um mês depois, as imprecisões foram expostas por um acadêmico da Universidade de Sydney. Esse pesquisador levantou a hipótese de que os erros poderiam ter sido causados por alucinações de IA.
Após a denúncia, a Deloitte iniciou uma investigação e publicou uma versão corrigida do relatório. O texto revisado revelou que parte da análise inicial incluiu o uso de ferramentas de IA generativa, como o GPT-4. O governo afirmou que as recomendações do documento não foram alteradas, mas o incidente expôs os riscos do uso crescente — e, por vezes, não supervisionado — da inteligência artificial em serviços técnicos.
Por isso, o uso da inteligência artificial precisa ser supervisionado. Você precisa ler e avaliar aquilo que obtém como resposta da IA, porque nem tudo ali é o que parece ser. Nesse caso da Deloitte, por exemplo, foram verificados vários erros, citações falsas, jurisprudências inexistentes e até falhas ortográficas.
Fiquemos atentos: a inteligência artificial é boa, nos ajuda, mas precisa ser supervisionada.