Estamos a exatamente um mês da COP 30, a conferência global da ONU sobre mudanças climáticas, que acontecerá em Belém, no coração da Amazônia. E hoje vamos falar sobre como as cidades estão no centro dessa agenda climática global.
A COP 30 traz uma estrutura inovadora, com o objetivo de acelerar a ação e a implementação. São seis eixos temáticos e 30 objetivos-chave que traduzem o primeiro balanço global do Acordo de Paris em ações concretas. E um desses eixos nos interessa especialmente: a construção da resiliência nas cidades.
Quando falamos em mudanças climáticas, não podemos esquecer que mais de 80% da população brasileira é urbana. E são justamente as cidades que precisam se adaptar rapidamente para enfrentar os desafios climáticos. Chamamos isso de resiliência urbana, ou seja, a capacidade de enfrentar eventos extremos, retomar a normalidade no menor tempo possível e reduzir impactos e prejuízos.
As cidades também precisam reforçar a colaboração, o aprendizado mútuo e o acesso a recursos e financiamentos para enfrentar os desafios que já estão batendo à nossa porta.
Aqui em Belo Horizonte, por exemplo, nós conhecemos muito bem esses desafios. Um estudo de vulnerabilidade climática mostra que mais de 65% dos bairros da capital estarão em condição de alta vulnerabilidade até 2030. Isso se traduz em enchentes, deslizamentos de terra, ilhas de calor e vetores de doença — problemas que exigem soluções urgentes e integradas.
E é exatamente essa conexão entre o global e o local que o Instituto Bem Ambiental (IBAM) vai levar para a COP 30. A organização, credenciada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas, terá o Pavilhão Cidades Resilientes na área mais disputada da conferência, a Blue Zone. Essa ação será realizada em parceria com entidades como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, os Conselhos Federais de Química e Biologia, o Grupo Mir e diversos parceiros de conteúdo.
Mas essa jornada começa muito antes da COP 30. O IBAM vai promover uma expedição de motor home, saindo de Belo Horizonte rumo à Amazônia, percorrendo quatro dos seis biomas brasileiros. Durante o trajeto, serão documentadas soluções locais de adaptação e resiliência — desde projetos de drenagem sustentável e energia solar até iniciativas de desenvolvimento urbano integrado.
A ideia é simples, mas poderosa: mostrar que a ação climática não acontece apenas nas salas de negociação da conferência, mas nas cidades, nos bairros e nas comunidades. As soluções, muitas vezes, já existem — o que falta é visibilidade, apoio e parceria para que se expandam e inspirem outras regiões.
Afinal, a COP não é apenas sobre acordos internacionais, mas sobre ações locais que transformam realidades.
Bom, pessoal, até o nosso próximo encontro —porque a cidade que se move é a cidade que melhora.