No Visão Macro de hoje vamos falar sobre um tema que tá bem em voga, que é a possível variação do nível do preço do petróleo decorrente do conflito no Oriente Médio e como que isso pode impactar, nós brasileiros, nós mineiros, olhando para frente. Aqui é importante a gente perceber que o nível do preço do petróleo influencia todas as cadeias de produção ao longo do tempo. Tá tudo mais ou menos conectado.
Então, inclusive, o preço do alimento depende disso, não só o preço da energia em si. Obviamente que a válvula de escape primária que a gente tem é o preço do próprio combustível, da gasolina, do diesel, mas só que isso acaba impactando todas as sequências dessa cadeia de produção, como por exemplo, o transporte dos alimentos ficando mais caro, óbvio que o alimento em si vai ficar mais caro. E no caso do Brasil, a gente tem tido uma mudança muito grande do nosso padrão de comércio ao longo do tempo que nos transformou em um grande exportador de petróleo no final das contas.
Isso é importante para as nossas contas assim como para o próprio crescimento do produto interno bruto, do tal do nosso PIB, não é isso? Mas só que tem um nível de preço importante. Para nós brasileiros, a gente tem mais vantagem quando o preço do petróleo fica entre 70 e 80 dólares, dado que a gente tem um benefício de ganho tanto de arrecadação quanto do valor das exportações, e a variação do nível geral de preços, ou o impacto na inflação desse nível de petróleo não é tão gritante, pelo contrário, né?
Assimetricamente, a gente tem mais vantagem pela arrecadação e pelo crescimento via valor das exportações. O grande problema tá quando a gente tiver um nível de preço de petróleo muito mais alto, acima de 90, perto de 100 dólares, nossa variação de crescimento por conta das exportações não compensa muito o impacto relevante que a gente teria no nível geral de preço.
Vamos olhar com bastante cuidado, mas em geral é fácil acabar acompanhando isso, principalmente também que a gente consegue ver o nível de disparidade do preço internacional interno da gasolina ‘vis a vis’ que deveria tá vigorando como repasse da Petrobras