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(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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Está na origem de todo o mal. Quem tem demais corre o risco de ficar entalado no buraco da agulha. Segundo Nelson Rodrigues, compra até amor verdadeiro. Você já deve ter adivinhado que hoje nós vamos falar de dinheiro, mas fica tranquilo: a história é de graça.

No século I, o imperador romano Vespasiano resolveu taxar o xixi. Você acredita? Pois é, a urina, rica em amônia, era usada na indústria do curtimento do couro e até na lavagem de roupas. Quando seu filho Tito criticou a medida, Vespasiano decretou: Pecunia non olet. O dinheiro não tem cheiro. Será?

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A palavra dinheiro vem do latim denarius, que era o nome de uma moeda romana amplamente usada no império. Esse termo evoluiu para outros idiomas como dinero em espanhol, denaro em italiano e até chegou ao mundo árabe como dinar.

Já em inglês, money vem do latim moneta, nome de um templo dedicado à deusa romana Juno Moneta, onde as primeiras moedas romanas eram cunhadas. O termo deu origem a outras palavras relacionadas a dinheiro em línguas latinas, como “moeda” em português, moneda em espanhol e moneta em italiano.

Curiosamente, em francês, a palavra usada para dinheiro é argent, que significa prata e vem do latim argentum. No espanhol, a conexão com o metal precioso permanece, já que “prata” é uma gíria comum para dinheiro.

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O dinheiro é uma invenção humana relativamente recente. Nasceu de uma necessidade muito simples: trocar o que temos pelo que precisamos. Mas também é um conceito carregado de emoções, matizado por crenças familiares e, sobretudo, religiosas.

Os católicos, tradicionalmente, associam o dinheiro à ideia de algo corruptível, um potencial desvio espiritual. Já os protestantes e os calvinistas veem o dinheiro como uma forma de honrar a Deus. No Ocidente, disseminou-se a crença de que felicidade e abundância material são sinônimos. Na visão dos budistas, porém, o dinheiro que gera apego está na base de todo o sofrimento.

O fato é que a humanidade continua morrendo e matando por dinheiro. Mas e para você: que cheiro tem o dinheiro?

Curtiu a história? Então guarda o troco e fica aí que daqui a pouco eu conto outra.

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Ewandro Magalhães

É contador de histórias e especialista em comunicação internacional. Foi chefe-intérprete de uma agência da ONU em Genebra e já emprestou sua voz a líderes como Obama, Lula e Dalai Lama em reuniões de cúpula mundo afora. É autor de três livros, palestrante internacional TEDx e cofundador de uma startup de tecnologia com sede em Nova York. Mineiro de Belo Horizonte, é criador de conteúdo sobre linguagem e curiosidades. Domina seis idiomas e vive atualmente nos Estados Unidos.

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