A nova linha híbrida da Fiat veio ao mercado com a promessa de revolucionar. Pelo menos assim sugere as ações de marketing da montadora de a Betim. Só esqueceram de falar de que o beneficio real ao consumidor é quase nenhum.
Pulse e Fastback foram os escolhidos para inaugurar essa tecnologia, que é inédita no mundo, por fazer um carro bicombustível híbrido. Mas embora a Fiat trate a situação como se tivesse inventado a roda, o motor elétrico utilizado é muito pequeno e não é capaz de mover o carro sem ajuda do motor à combustão, que continua sendo o 1.0 três cilindros e turbo, inclusive com os mesmos 130 cavalos de potência de antes.
Híbrido sim, vantajoso, não muito!
Ao contrário dos híbridos plenos, que podem rodar no modo apenas elétrico, o sistema híbrido-leve atua unicamente como suporte ao motor a combustão. Ele combina o 1.0 turbo T200 flex (125/130 cv e 20,4 kgfm) a um motor elétrico de 3 kW (4,1cv) e 1 kgfm de torque, que substitui o alternador e o motor de arranque, auxiliando nas partidas e retomadas. A energia é armazenada em uma bateria de íon de lítio, gerenciada pelo módulo DBSM (Dual-Battery Switch Module), que conecta e desconecta a bateria de 12V conforme necessário.
Na prática, o funcionamento é tão discreto que chega a ser imperceptível na maior parte do tempo. O pequeno motor elétrico alivia minimamente a carga do motor a combustão em situações muito específicas, como na partida e eventualmente nas arrancadas, mas não chega a tracionar o veículo sozinho. Comparado ao Fastback não híbrido, a diferença é sutil. A transição entre os sistemas é imperceptível e o câmbio, que se mantém o CVT de sete marchas simuladas, trabalha bem com o conjunto, garantindo respostas ágeis e não deixa k carro com aquela sensação monótona de estar conduzindo um metrô.
O sistema MHEV também melhora o start-stop, tornando as retomadas um pouco mais suaves, mas nem de longe lembra a empolgação da marca empregada em suas campanhas de marketing. No painel, a grande novidade é a instrumentação digital, exclusiva da versão Impetus, que exibe o fluxo de energia entre motor, bateria e regeneração.
Ao volante
Como a bateria do sistema híbrido-leve está localizada sob o banco do motorista, o motorista fica numa posição mais alta e isso afeta a ergonomia. No resto, nada muda.
Como é tradição na Fiat, a suspensão prioriza o conforto. As reações em curvas são equilibradas, longe da esportividade que o design pode sugerir, mas ainda assim é difícil fazer o carro escapar. Os pneus 215/45 R18, mais largos e de perfil baixo, ajudam na estabilidade.
Economia para inglês ver
No consumo, embora o sistema MHEV prometa maior eficiência, os ganhos são mínimos ou nem isso. Na cidade, registramos 6,3 km/l com etanol, enquanto a Fiat declara 8,8 km/l. Para um sistema “híbrido”, eu esperava muito mais
Você compraria?
Fica claro que o Fastback Hubrid é mais marketing da Fiat do que uma novidade de verdade ao mercado.
Aí pagar R$ 160 mil pelo modelo, pode ter certeza que boa parte disso é um marketing forçado em cima do modelo, que não é mais do mímico do que a versão não híbrida.
A tecnologia embarcada não resulta em uma economia expressiva de combustível, e o desempenho segue praticamente o mesmo da versão convencional.
O cenário regulatório não favorece tanto assim o modelo: alguns estados já estão revendo os descontos no IPVA para híbridos-leve, reduzindo ainda mais o apelo econômico do Fastback Hybrid. São Paulo foi um deles que desistiu de isentar do IPVA os híbridos com baterias pequenas, como as de 12 volts do Fiat.
Se você quer um híbrido pela economia de combustível, esqueça o Fiat Fastaback.