A chegada da inteligência artificial generativa não eliminou de imediato milhões de empregos, como alguns previam, mas ela já redesenha silenciosamente as funções de milhões de profissionais.
O relatório AI and the Future of Work da McKinsey mostra que o impacto real não está apenas na quantidade de vagas extintas ou criadas, mas na qualidade e na natureza do trabalho que cada um de nós é exerce. A automação atinge primeiro atividades altamente estruturadas, como o processamento de dados, funções repetitivas de back-office e etapas operacionais de suporte.
Esse é o mesmo padrão observado em revoluções tecnológicas anteriores, como o motor a vapor e a computação em nuvem. A diferença agora é a velocidade exponencial. Algoritmos não apenas executam, eles também aprendem, ajustam-se e ampliam seu escopo em semanas, não em décadas. Enquanto isso, Veem força os trabalhos que exigem pensamento crítico, julgamento contextual, criatividade e sensibilidade relacional.
Esses são atributos que não se traduzem facilmente em dados ou regras. Funções ligadas à liderança, ao design, à estratégia ou à mediação de conflito tendem a crescer em valor e visibilidade. Na prática, estamos diante de uma redistribuição. Tarefas fragmentadas e rotineiras migram para as máquinas, enquanto atividades de maior impacto humano se tornam mais centrais. Esse movimento tem implicações diretas para líderes e organizações.
Não basta mais perguntar quais cargos serão substituídos. O desafio é mapear quais capacidades humanas serão ampliadas pela IA e como treinar times para ocupar esse espaço. Empresas que investirem em requalificação, cultura digital, aprendizado contínuo terão vantagem. Profissionais também precisam repensar o seu papel. O futuro não será binário, humano ou máquina mais um híbrido humano e máquina