O mercado de trabalho mudou muito nos últimos anos. Cresceram os trabalhos intermitentes, a atuação por plataformas e aplicativos, os vínculos mais flexíveis e a busca por formas alternativas de renda. Mas o Brasil ainda opera com uma lógica antiga em que o custo do trabalho é extremamente elevado.
São muitos encargos, muitas contribuições, muitas regras. Previdência, seguridade social, sistema S, imposto sobre a folha, tudo isso encarece, engessa e torna mais difícil contratar. E não é só caro, é inseguro. No Brasil, as negociações trabalhistas passam por várias etapas com exigências de homologação sindical. Depois do fim de um vínculo, os riscos jurídicos ainda são altos. Ações trabalhistas são longas, caras e imprevisíveis.
Não existe estabilidade nas relações. Nem para quem contrata, nem para quem trabalha. Do lado dos trabalhadores, os acordos sindicais também põe limites. Em como, quando e por quanto tempo eles podem trabalhar. Impõe valores mínimos, formatos rígidos e regras que muitas vezes não condizem com a realidade de quem precisa gerar renda hoje. E aí vem a pergunta: Será que os trabalhadores querem contribuir com a previdência? Com um sistema que muda o tempo todo, que é deficitário e que não entrega o que promete?
Mesmo sem contribuir, o trabalhador ainda terá direito à aposentadoria mínima. Qual o incentivo para entrar nesse sistema? Será que os trabalhadores preferem direitos como 13º e férias ou será que eles gostariam de ganhar mais agora, poupar por conta própria e escolher quando tirar férias? Hoje, já existe uma cobertura mínima de saúde, educação e previdência.
E aí vem o ponto central: quais são os estímulos reais para o trabalhador contribuir e se formalizar?
Em economia, não existe alquimia. Os trabalhadores querem trabalhar o mínimo possível, receber o máximo possível e pagar o mínimo de impostos possível. Os empresários querem reduzir custos e aumentar seus lucros. A pergunta que fica é: O sistema está oferecendo os incentivos corretos