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(VItor Fagundes/Agência Minas)

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O recente dado da Fundação João Pinheiro traz motivos de celebração para Minas Gerais. No segundo trimestre de 2025, o PIB estadual cresceu 1,2% frente ao trimestre anterior, somando 305,4 bilhões de reais.

Este é o sexto trimestre seguido de expansão no estado, mantendo um ritmo de recuperação consistente e puxado sobretudo pela agropecuária. Em comparação com o mesmo período de 2024, Minas registrou crescimento real de 2,5%, enquanto o Brasil como um todo tem enfrentado números bem menos expressivos nos trimestres recentes.

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Isso mostra que Minas está operando acima da média nacional, conseguindo manter-se firme apesar do contexto de juros elevados e de um ambiente externo de incerteza. O que puxou esse bom desempenho foi, de fato, o setor agropecuário, com altas nas culturas de soja, milho e algodão, recuperação da produção de leite, suínos e aves, além de áreas relacionadas, como madeira para papel e celulose. A indústria extrativa também colaborou, com um crescimento de 2,9% no setor mineral.

Utilidades públicas e mineração ajudaram, embora a indústria de transformação tenha recuado ligeiramente. Mesmo com esse bom desempenho, não podemos ignorar que os juros altos representam uma trava significativa. Custos de crédito elevados, taxas de financiamento caras e decisões de investimento mais cautelosas por parte das empresas criam um cenário em que crescer exige ainda mais resiliência.

Além disso, há pressões externas: câmbio volátil, demanda internacional incerta e impactos tarifários globais podem minar os ganhos agropecuários ou extrativos. A expectativa para Minas é que o crescimento em 2025 fique em torno de 2,4%, acima da projeção média brasileira, estimada em 2,2%.

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Esse diferencial é muito relevante, pois indica um estado que aproveita melhor seus recursos naturais, seu potencial agroindustrial e sua base extrativa para gerar emprego e renda. Mas, para manter esse ritmo, será preciso superar obstáculos estruturais. Em economia, não existe alquimia. Crescer de forma consistente não é questão de sorte, de ciclos favoráveis ou de crédito barato.

Depende de políticas públicas que reduzam o custo Brasil, melhorem a infraestrutura, estimulem o investimento privado e estabilizem o ambiente macroeconômico. Minas mostra que é possível, mas também prova que manter esse desempenho exige pés no chão, juros sob controle, estabilidade externa e inovação.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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