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(Arquivo EBC)

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Você já parou para pensar como são escolhidos os servidores públicos no Brasil? Um estudo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que o país aparece em penúltimo lugar no ranking de métodos de seleção de servidores entre países da América Latina. Isso revela algo importante: há espaço — e urgência — para modernizar o sistema de acesso ao funcionalismo público.

O problema está no método adotado. Aqui, os concursos se baseiam em questões de múltipla escolha, repetitivas e pouco conectadas a habilidades críticas ou à resolução de problemas reais. No Chile e no México, por exemplo, a seleção de servidores envolve processos mais amplos, com entrevistas estruturadas, análise curricular e avaliação de competências específicas. Em alguns casos, há até etapas que simulam situações reais de trabalho, garantindo que a escolha vá além da simples capacidade de decorar leis ou regulamentos.

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Fora da região, os exemplos são ainda mais robustos. No Reino Unido, o ingresso no serviço público passa por um programa que combina testes psicométricos, dinâmicas de grupo, entrevistas e avaliações situacionais. Já nos Estados Unidos, o processo é descentralizado e leva em conta não apenas provas, mas também experiência profissional, formação acadêmica e entrevistas detalhadas.

Em ambos os casos, o foco é garantir que os servidores tenham habilidades compatíveis com a função a ser desempenhada, e não apenas boa memória para concursos. O impacto disso é relevante: quando o critério de seleção não reflete as competências necessárias, o Estado opera com servidores menos preparados e menos capazes de inovar.

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Isso reduz a eficiência do gasto público — que afinal remunera essas pessoas com os nossos impostos — e dificulta a melhoria na prestação de serviços fundamentais à sociedade. Em economia, não existe alquimia. Ter funcionários públicos mais capacitados e bem selecionados não resolve todos os problemas, mas é um passo concreto para melhorar eficiência, inovação e responsabilidade fiscal. O Brasil só tem a ganhar ao criar critérios que valorizem talento real, e não apenas memorização.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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