Tem horas em que a melhor estratégia de comunicação é ficar em silêncio. Quem fala o tempo todo uma hora começa a ser ignorado. Em tempos de overdose de opinião, quem aprende a calibrar o tempo de se calar se destaca. No mundo corporativo, o silêncio pode ser leitura de cenário. Em vez de correr para emitir nota ou reagir impulsivamente a cada crise ou comentário, apenas observe.
Silêncio, como diria a linguista Deborah Tannen, é uma forma diferente de dizer algo. Pode sinalizar respeito, quando você escolhe não falar em cima do outro, autoridade, quando você se recusa a entrar em polêmica desnecessária, elegância, quando você escolhe não responder ataques e sim, pode ser desprezo estratégico quando você decide que aquela conversa não merece sua energia.
Um exemplo, você está em uma reunião, apresente um dado forte Um argumento estratégico, uma decisão, feche a frase com segurança, pare, olhe para os colegas e segure o silêncio por 3 segundos como farei agora. 1 2 3. Esse intervalo cria expectativa e valoriza o que acabou de ser dito. É nesse espaço que o outro assimila e é onde se planta autoridade. Aprenda também a ouvir com o corpo.
Silêncio não é só calar a boca, é abrir espaço para o outro. Quer ver na prática?
Oriente o corpo para a pessoa que fala, mantenha contato visual sem forçar, evite cruzar os braços ou olhar o celular, incline-se levemente para a frente enquanto escuta, esse é um sinal sutil de atenção e respeito, mas atenção, o silêncio só comunica bem quando vem de alguém que já construiu voz, quando o contexto é conhecido e quando existe coerência entre o que se diz e o que se faz.
Quando vem de quem nunca construiu narrativa, não é silêncio, é invisível A chave é a consistência. Em comunicação, pausa é recurso. O silêncio, quando bem utilizado, preserva capital simbólico sem você dizer uma só palavra.