Nunca tivemos tantas opções, cursos, carreiras, caminhos, estilos de vida, realidades alternativas. Mesmo assim, nunca foi tão difícil escolher. Estamos vivendo o que muitos educadores e psicólogos chamam de síndrome do excesso de possibilidades.
O jovem de hoje — sejamos honestos, muitos adultos também — não trava por falta de opções, mas pelo excesso delas. É como entrar em um corredor com infinitas portas e o medo de escolher uma delas se fechar paralisa.
As redes sociais só pioram isso. Todo mundo parece estar fazendo algo incrível, vivendo um sonho, acertando sempre, e você ali comparando, duvidando, travando.
A escola ensina muito, mas quase nunca ensina a escolher. Fala de conteúdo, mas não ensina foco. Fala de futuro, mas não ensina a lidar com a dúvida, com a mudança de rota. Escolher exige coragem e, mais ainda, exige autoconhecimento.
Não dá para abraçar tudo. É preciso aprender a dizer não, a aceitar incertezas, a construir um caminho mesmo sem garantias.
A educação precisa ajudar os jovens a entender que escolher não é aceitar de primeira, é experimentar, ajustar, mudar, recomeçar. Foco não é rigidez, é direção. Porque, em um mundo com caminhos demais, o mais difícil é virar a própria bússola.