Organizador da Stock Car culpa insegurança jurídica pelo cancelamento do evento: “se seguir assim, ano que vem será o último”

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Organizador do BH Stock Festival, Sérgio Sette Câmara, culpa insegurança jurídica pelo cancelamento do evento este ano. (foto: Stock Car / Divulgação | Rede 98 / Reprodução)

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O empresário Sérgio Sette Câmara, CEO da Speed Seven, uma das organizadoras do Stock Car Festival, não vê com bons olhos o futuro da prova em Belo Horizonte.

Em entrevista exclusiva à Rede 98, Sette Câmara lamentou o cancelamento da 5ª etapa da BRB Stock Car, que estava prevista para acontecer no entorno do Mineirão de 15 a 17 de agosto.

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Para Sette Câmara, a insegurança jurídica dificulta a realização de grandes eventos na capital mineira. O empresário cita a polêmica envolvendo a primeira edição da prova, em 2024, que gerou um impasse entre os organizadores e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“A gente tem uma demanda proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia Geral da União (AGU). A juíza determinou medições [de poluição sonora] que foram feitas, mas são imprestáveis. Por que foram cinco medições fora da área da UFMG. E o equipamento instalado dentro da UFMG não observou à determinação da juíza, pois não foram colocados dentro do hospital veterinário, com as janelas fechadas”, afirma.

“Eles [UFMG] concorreram para que não se pudesse fazer a medição conforme a juíza determinou. E ainda assim insistem em ficar pedindo a suspensão do processo”, completa. “Eles entraram com uma petição na semana passada, pedindo a suspensão da venda de ingressos”. O MPF entrou com uma nova ação, no dia 5 de julho, pedindo a paralisação na venda de ingressos para o evento. Segundo o procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva, autor da ação, o ruído provocado pela competição poderia acarretar na morte de animais da UFMG e da fauna local. 

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“A gente que é empresário de um negócio, ninguém vai querer viver com uma faca dessa no pescoço, entendeu?”

Segundo Sette Câmara, os entraves jurídicos afastam oportunidades e fecham portas em BH. “A gente que é empresário de um negócio, ninguém vai querer viver com uma faca dessa no pescoço, entendeu?”, desabafa . “A gente tenta trazer um evento que vai trazer recurso para cidade, que vai trazer receita para os cofres do município para serem usados de uma maneira social. Nós colhemos 7 toneladas de alimentos para distribuir para as pessoas com o ingresso social, Foram 4 mil empregos indiretos gerados em quatro dias ali, A cidade foi promovida através de TV aberta”, justifica.

“Por que o Rio pode, e aqui não?”

Sérgio Sette Câmara compara o ecossistema de eventos de Belo Horizonte com o Rio de Janeiro, que recebeu — em maio — um mega-show com a presença da artista pop Lady Gaga. “O Ministério Público Federal em Belo Horizonte é diferente do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro?”, questiona. “Porque o Ministério Público Federal é da federação, é da União. No Rio de Janeiro você vê um show da Lady Gaga com 1 milhão de pessoas, pago pela prefeitura. Não cai lixo na praia? Foram toneladas de lixo que caíram ali, que são jogados na areia e depois vão para o mar”.

“E ,em Belo Horizonte, um evento como o nosso, super comportado, que teve ali uma média de público de 25 a 30 mil pessoas por dia [é embargado] entendeu?”

“Como que o empresário vai trabalhar botando uma grana pesada para fazer um evento desse, correndo o risco de ter prejuízo? No ano passado perdemos vários patrocinadores que não queriam se envolver”

Sette Câmara questiona, ainda, a perda de patrocinadores com as polêmicas. “Como que o empresário vai trabalhar botando uma grana pesada para fazer um evento desse, correndo o risco de ter prejuízo? No ano passado perdemos vários patrocinadores que não queriam se envolver, diante da carta que a reitora [da UFMG, Sandra Goulart], que enviou carta para todos eles, falando que eles estão envolvidos em um evento que mata animais, que corta árvores. Aí o cara não entra”.

Esperança para 2026

Sette Câmara, entretanto, não descarta a realização de uma etapa da Stock Car em 2026. “Uma vez a gente tendo a segurança jurídica, a gente sabe que os patrocinadores entram, a gente sabe que a gente consegue fazer o evento em paz. A gente sabe que pode fazer uma venda gigantesca de ingressos, sem ter que devolver depois”. 

Segundo ele, a proposta é trazer a etapa de abertura da Stock Car para a capital mineira, em março de 2026. Entretanto, o empresário pede apoio da população e do Poder Público para a realização do evento. “Se nós não tivermos o apoio da própria Prefeitura, de outros órgãos para poder fazer o evento — o do ano que vem vai ser o último em Belo Horizonte. Porque tem outras cidades querendo né?”, finaliza.

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Lucas Rage

Coordenador de jornalismo da Rádio 98 FM. Formado em Comunicação Social pela Faculdade Fumec. Com passagens pelo Jornal Estado de Minas/Portal Uai, Rock Content e CDL/FM.

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