Gilberto Kassab, presidente do PSD, solta a frase que causa agitação nos bastidores: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), poderia ser o único nome da centro‑direita nas eleições presidenciais de 2026, desde que o tabuleiro político pinte um quadro favorável e haja um chamamento robusto de lideranças políticas, empresariais e organizações da sociedade Brasil afora
Kassab aponta para cenários que favoreçam a transição de Tarcísio da reeleição ao Planalto, mas a moldura política é uma aquarela ainda úmida, nebulosa, e cheia de contornos incertos.
Enquanto isso, nomes como Ratinho Jr. (PR), e Eduardo Leite (RS) aparecem como cartas na manga do PSD, prontas para jogar caso o xadrez exija alternância ou equilíbrio.
O difícil consenso
A ideia de “único nome” oculta a complexa tapeçaria da política brasileira. A centro-direita não é monolítica, é mais um misto de alianças, tendências, interesses regionais e apoios empresariais, culturais e midiáticos. Chamar Tarcísio de “único nome” é atraente de escrever, mas rasteja sobre terreno movediço.
Nas redes sociais circulam críticas ferinas, com comentários como “Tarcísio é extrema‑direita, um bolsonarista ferrenho”. Isso escancara a polarização e lembra que o eleitorado conservador está longe de um consenso sobre quem representa seu melhor projeto
Os sinais dados por Jair Bolsonaro dando conta que, por enquanto, ele ainda tem esperanças de elegibilidade, e que, caso isso não aconteça, um nome da família seria o melhor caminho, deixa o caminho das alianças aberto para o governador de São Paulo e dá esperanças para Kassab.
Tarcísio tem alta popularidade em São Paulo. Isso colabora para sua viabilidade, mas acende também uma questão: São Paulo tem o segundo maior orçamento público da América Latina, Tarcísio tem a possibilidade de uma reeleição tranquila. Porém, em política existe sempre o senso de oportunidade, e ao que tudo indica essa seria a grande chance do governador.
Por outro lado, o PSD é um partido com DNA “pega‑tudo”, capaz de transitar entre esferas ideológicas e práticos interesses regionais e nacionais, além de ser o partido com o melhor desempenho nas últimas eleições municipais. A hipótese de composição com Leite ou Ratinho mostra que Kassab não descarta alternativas, apenas sinaliza um favoritismo estratégico.
Ainda não há formalização de pré-candidatura nem base sólida; é um jogo de cena, ensaios, sondagens,e muita retórica política. O “único nome da centro-direita”? É como dizer que um rio ainda nascente já carrega o peso do mar. Tarcísio é protagonista em ascensão, mas o palco político de 2026 tem eco, distrações e atores que podem sussurrar mais alto. Kassab planta a semente, mas quem cultivará e fará brotar a candidatura, ou optará por outro crescer, ainda é mistério guardado por convenções, pesquisas e cálculos friamente políticos.