Em dia de tensões no mercado financeiro, com receios fiscais no Brasil e queda das principais moedas latino-americanas, a bolsa de valores superou os 139 mil pontos e fechou no maior nível da história. O mercado de câmbio teve um salto e o dólar se aproximou de R$ 5,70.
O índice Ibovespa, da B3, já tinha batido recorde na última terça-feira (13). Apesar da queda de ações de petroleiras, motivada pelo recuo do petróleo no mercado internacional, ações de mineradoras e de empresas ligadas à educação sustentaram a alta na bolsa brasileira.
O câmbio teve um dia mais tenso e fechou o dia a R$ 5,679, com alta de R$ 0,047 (+0,83%). Num dia desfavorável para os países emergentes, o dólar subiu perante moedas latino-americanas por causa da queda no preço das commodities (bens primários com cotação internacional).
A redução do preço das commodities afeta os países exportadores de bens agrícolas e minerais. Isso porque a menor demanda por esses produtos, principalmente pela China, reduz a entrada de divisas nas economias que exportam matérias-primas.
Temores fiscais
Uma onda de boatos de que o governo pretende publicar um pacote com medidas de gastos para elevar a popularidade provocou um repique do dólar durante a tarde. A instabilidade intensificou-se após boatos de que o governo pretenderia elevar o valor mínimo do Bolsa Família para R$ 700 em 2026.
Durante a tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu entrevista negando planos de aumentar os gastos com o Bolsa Família.
O ministro disse que pretende sugerir ao presidente Lula, na próxima semana, “medidas pontuais” de ajuste fiscal. As declarações, no entanto, não acalmaram o mercado financeiro.