O Atlético considerou imprópria, nesta terça-feira (20/5), a denúncia feita pelo Cuiabá junto ao Banco Central após a falta de pagamento pelo atacante Deyverson. Para o clube, a medida não pode ser tomada fora da CNRD, a Câmara Nacional de Resolução de Disputas — órgão criado pela CBF para resolver conflitos envolvendo o futebol, especialmente aqueles que não exigem a intervenção do poder judiciário comum.
O comunicado, divulgado pelo Galo por meio de sua assessoria, ocorreu após Cristiano Dresch, presidente do Dourado, acionar Rubens Menin — sócio majoritário da SAF do clube — no Banco Central.
O clube mato-grossense solicitou ao Banco Central que analise as finanças da instituição financeira da qual Rubens Menin é proprietário, para, segundo o clube, “verificar a conformidade da sua situação econômico-financeira, inclusive como controlador de empresas inadimplentes”.
Para o Cuiabá, as dívidas contraídas pela Galo Holding — que tem Rubens Menin como acionista majoritário e controla a SAF alvinegra — podem implicar em problemas financeiros que podem preocupar o Banco Central.
Veja a nota do Atlético:
“Em relação à disputa havida entre Cuiabá e Atlético perante a CNRD da CBF, envolvendo a cessão do atleta Deyverson, o Atlético procurou a diretoria do referido clube logo após o vencimento da segunda parcela contratual, com o objetivo de cumprir a obrigação, tendo a composição sido categoricamente recusada pelo Cuiabá, que optou pelo litígio em vez da conciliação.
Dessa maneira, o Atlético exerce o seu direito de defesa, na forma legal e regulamentar, inclusive porque o Cuiabá promove cobrança de valores indevidos.
O Atlético considera imprópria qualquer medida que possa vir a ser adotada pelo Cuiabá, relativa ao atleta Deyverson, fora do âmbito da CNRD, foro eleito pelas partes para a discussão sobre o caso.
O Atlético reitera seu compromisso com o cumprimento de suas obrigações e aguarda, com serenidade, a deliberação da CNRD, embora lamente a postura constante adotada pelo Cuiabá, que não contribui para o diálogo entre as instituições.”
O caso Deyverson
Na janela de transferências do meio do ano passado, o Atlético comprou Deyverson por cerca de R$ 4 milhões, com pagamento previsto em quatro parcelas: agosto, setembro, outubro e novembro. No entanto, o clube não cumpriu o acordo e atrasou a primeira prestação.
O contrato previa que, caso a primeira parcela não fosse paga no prazo, todas as demais venceriam automaticamente. Foi exatamente o que aconteceu.
Após a repercussão do caso, o Atlético procurou o Cuiabá para negociar o pagamento da parcela vencida e tentar seguir o cronograma original. Porém, o Dourado não aceitou a proposta e levou o caso à CNRD, acrescentando juros ao valor inicialmente combinado.