A diplomacia brasileira à beira do abismo

Siga no

Celso Amorim, a eminência parda da diplomacia brasileira, utiliza-se de uma retórica antiga e anacrônica (Foto: Roque de Sá/Agência Brasil)

Compartilhar matéria

A política externa do Brasil, sob o comando dúbio e titubeante do presidente Lula, parece decidida a trilhar caminhos cada vez mais tortuosos. Enquanto as maiores potências do mundo condenam ataques terroristas e reafirmam sua solidariedade a Israel, o governo brasileiro opta por uma linha que passa perigosamente perto de autocracias e teocracias.

A condenação seletiva dos ataques de Israel não é uma prova de neutralidade ou equilíbrio. É uma prova de miopia estratégica. No tabuleiro global, não basta declarar-se “diferente” para conquistar respeito ou influência. Não quando essa diferença nos conduz para um canto escuro, isolado e exposto às sanções.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

As alianças internacionais não são pedras soltas no caminho, mas pilares para uma política de Estado sólida e responsável. Alinhar-se a regimes autoritários não aumenta a autonomia do Brasil no cenário global, mas arrasta a credibilidade do país para uma zona cinzenta e arriscada.

A política equivocada de Celso Amorim

Celso Amorim, a eminência parda da diplomacia brasileira, utiliza-se de uma retórica antiga e anacrônica. O Brasil não precisa perder o respeito de parceiros estratégicos para reafirmar sua soberania, aliando-se a blocos por princípios puramente ideológicos ou de oportunidade. Não precisa transformar a crítica em cumplicidade com tiranias para garantir destaque no mapa-múndi.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Se continuar assim, sob o manto de uma política externa cega e complacente, o país não conseguirá seu propósito, ao menos o anunciado, de uma era de protagonismo global. Veremos, sim, o isolamento doloroso sob a forma de ações e sanções que não pouparão a economia e a imagem do país.

A hora de mudar a rota não poderia ser mais clara. Porque uma política externa não se faz com bravatas ou aplausos de ditadores. Faz-se com firmeza, com princípios e com uma visão clara do que o Brasil deseja representar para si e para o mundo. Sem isso, somos apenas uma sombra perdida entre as luzes e as trevas do século XXI.

O Brasil merece mais. O Brasil pode mais. O Brasil não precisa transformar-se em refém de autocracias para reafirmar quem é. Porque quem não sabe para onde vai, acaba chegando a lugar nenhum ou, pior, acaba arrastado para onde não queria ir.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Compartilhar matéria

Siga no

Paulo Leite

Sociólogo e jornalista. Colunista dos programas Central 98 e 98 Talks. Apresentador do programa Café com Leite.

Webstories

Mais de Entretenimento

Mais de Colunistas

Sua imagem vale mais que a cartela de cores

De Cortella à esteira: o curioso caminho da palavra palestra

Alerta de segurança: não caia em promessas fáceis

Por que os talentos vão embora?

IOF nas mãos de um só homem, ou o Presidencialismo de toga

O expediente que nunca acaba: a falsa liberdade do home office

Últimas notícias

Distrito mineiro é o local mais frio do Brasil pelo 2º dia consecutivo

Lula lidera todos os cenários para 2026, diz pesquisa Genial/Quaest

Incentivos fiscais movimentam R$ 25 bi e impulsionam economia mineira, diz secretário da Fazenda

BH aprova Dia Municipal dos Legendários; veja data

Professores da rede estadual podem se inscrever em cursos gratuitos de IA para avaliações

Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio estimado em R$ 3,5 milhões

Lula veta integralmente o aumento de número de deputados

Loja do BH Shopping é alvo de operação contra falsificação de roupas

Presidente da CDL/BH critica aumento do IOF e diz que ‘ideia estapafúrdia’ pode gerar desemprego