A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) alcançou resultado histórico no ranking mundial de impacto em sustentabilidade da Times Higher Education, um dos principais indicadores internacionais sobre o tema. A edição de 2025, divulgada na semana passada, posicionou a UFMG entre as 300 universidades mais influentes do planeta na contribuição para o desenvolvimento sustentável.
O salto foi significativo: a UFMG saiu da faixa entre as posições 401 e 600 para o grupo das 301 a 400, com melhora expressiva na pontuação geral.
“A UFMG está naquele pelotão da elite, né? O ‘meio por cento’ das melhores instituições do mundo”, destaca o diretor do Escritório de Governança de Dados Institucionais da universidade, professor Dawisson Belém Lopes, em entrevista na 98 News nesta sexta-feira (27/6).
Contribuição global
O ranking avalia o desempenho de instituições de ensino superior na implementação da Agenda 2030 da ONU, composta pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). São metas que envolvem temas como combate à fome, acesso à educação, proteção ambiental, redução das desigualdades e inovação.
“Quando se trata de avaliar o impacto em sustentabilidade, é uma das instituições do mundo que mais contribuem, portanto, para a implementação da Agenda 2030 da ONU”, afirma o professor.
Segundo Dawisson, a universidade já monitorava indicadores relacionados aos ODS, mas o resultado surpreendeu positivamente.
“É claro que o ranking sai melhor do que a encomenda, em certo sentido. Os números foram muito bons, positivos. O que nos move mais adiante é estimular ainda mais essa comunidade tão grande”, comenta.
Hoje, a UFMG reúne cerca de 60 mil pessoas diretamente e, de forma indireta, impacta a vida de mais de 3 milhões de indivíduos em Minas Gerais e em outras regiões.
Ações além dos muros
O professor destaca que o resultado do ranking reforça o papel da universidade como agente transformador da sociedade. “O que começa ali dentro dos muros dos nossos campi certamente extravasa para a sociedade”, pontua.
Dados da instituição mostram que os projetos de extensão universitária da UFMG atendem mais de 3 milhões de pessoas, em áreas que vão desde assistência médica e odontológica até iniciativas de combate à fome, empreendedorismo e sustentabilidade.
“Praticamente qualquer área da atividade humana, vida na terra, vida marinha, em tudo isso vocês vão encontrar as digitais da UFMG”, resume Dawisson.
Combate à fome é destaque
Entre os ODS, a universidade obteve o maior destaque no ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável, ocupando a 62ª posição mundial nessa área.
“Quando nós dissemos que a UFMG se destaca nessa área, o que está implícito é que há uma série de atividades de pesquisa, ensino e extensão que vão contribuir diretamente de forma mensurada e auditada para diminuir a fome no mundo”, explica o professor.
Além dos projetos de pesquisa e extensão, a UFMG mantém uma estrutura robusta de assistência aos estudantes em situação de vulnerabilidade, como bolsas, alimentação subsidiada e moradia estudantil, especialmente por meio da Fundação Mendes Pimentel (Fump).
“Na verdade, o que a gente faz aí é viabilizar um direito humano, o direito à educação, porque de outra maneira ele não seria acessível por essas pessoas”, pontua Dawisson.
A presença da UFMG em diferentes regiões de Minas, como o campus de Montes Claros, no Norte do estado, também contribui para o alcance social dos projetos. “Desenvolvemos uma série de atividades, inclusive na área de agricultura sustentável para as comunidades locais, que têm muito impacto”, completa.
Parcerias e futuro
De acordo com o professor, o bom desempenho no ranking deve abrir ainda mais espaço para parcerias com o setor privado, o terceiro setor e organizações internacionais. Ele reforça que muitos dos editais de pesquisa e extensão da universidade já priorizam iniciativas alinhadas aos ODS.
“A sociedade civil tem que entrar, tem que estar junto de nós”, afirma. “Se fizer sentido, se tiver em alinhamento com a missão educacional da UFMG, é claro, não há barreiras, não há tabu nesse sentido”.
O professor destaca ainda que a universidade lidera mundialmente o indicador de registro de patentes, o que demonstra o potencial de inovação e o diálogo constante com o setor produtivo.
“O ranking permite falar de coisas que às vezes ficam meio mistificadas e não são muito esclarecidas”, finaliza.