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Só que há uma diferença entre se posicionar com intenção e inventar uma versão idealizada de si (IMAGEM ILUSTRATIVA/Unsplash/Reprodução)

Só que há uma diferença entre se posicionar com intenção e inventar uma versão idealizada de si (IMAGEM ILUSTRATIVA/Unsplash/Reprodução)

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Sabe aquela pessoa que, nas redes sociais, parece ser CEO de si mesma aos 22 anos, com dezenas de projetos de impacto, uma liderança inspiradora e domínio sobre todos os assuntos do momento? Pois é, pode ser só aparência — e o nome disso é Career Catfishing, termo inspirado no fenômeno dos relacionamentos online forjados com identidades falsas.

Agora, essa prática chegou ao mercado de trabalho. Só que, em vez de enganar emocionalmente, o objetivo aqui é impressionar profissionalmente — muitas vezes inflando habilidades, experiências e cargos que não correspondem à realidade. Segundo a empresa de recrutamento Resume Builder, 32% dos profissionais com até 30 anos já admitiram ter mentido ou “embelezado” o histórico em plataformas como o LinkedIn.

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Outro dado relevante vem da Harvard Business Review: pessoas que constroem uma imagem profissional incoerente com sua trajetória real tendem a sofrer mais com ansiedade, medo de exposição e sensação constante de síndrome do impostor. Não se trata apenas de ética — embora ela esteja em jogo. Trata-se de saúde mental, pertencimento, confiança. A armadilha não é só para o mercado, é para quem vive essa dissonância todos os dias.

O que impulsiona esse comportamento? A resposta é complexa, mas passa por um misto de vaidade, ansiedade por uma narrativa mais forte, ego e, claro, uma cultura de validação constante. A geração Z, nascida entre 2000 e 2010, mais digitalizada do que nunca, cresceu vendo pessoas ganhando espaço por parecerem incríveis. Então, o impulso de parecer incrível, mesmo sem ser, parece quase natural.

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Só que há uma diferença entre se posicionar com intenção e inventar uma versão idealizada de si. A primeira gera oportunidade e posicionamento. A segunda esgota — porque sustentar uma versão que não é sua custa caro: em energia, em confiança e, cedo ou tarde, em reputação.

Nesse mercado que valoriza a presença digital, o desafio não é só aparecer — é ser. E mais do que inventar um personagem admirável, vale construir uma trajetória admirável.

Aos poucos, com verdade e consistência, a autoridade não se forja. Se conquista.

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Marc Tawil

Estrategista de comunicação, mentor e palestrante. Foi eleito Especialista Nº 1 em Comunicação no LinkedIn Brasil em 2024 e 2025 pela Favikon e é Top Voice, Creator e Instrutor Oficial do LinkedIn Learning, com mais de 160 mil alunos. Colunista da Exame e da 98News, é membro do Reputation Council da Ipsos e quatro vezes TEDxSpeaker. Atuou por 17 anos em veículos como Globo, Estadão, Band e Jovem Pan, e fundou a agência Tawil Comunicação, certificada como BCorp e eleita pelo GPTW.

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