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A mudança começou em 2007, com a chegada de uma nova metodologia de ensino (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A mudança começou em 2007, com a chegada de uma nova metodologia de ensino (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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No Dia do Escritor, uma história mostra como o poder dos livros pode ir muito além das páginas. A Escola Estadual Duque de Caxias, no Barreiro, deixou de ser vista como “escolinha” pela comunidade e conquistou por sete edições consecutivas o primeiro lugar no IDEB (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica) entre as escolas públicas de Belo Horizonte.

A mudança começou em 2007, com a chegada de uma nova metodologia de ensino. A ex-diretora Eliza Rezende, que comandou a unidade por mais de uma década, liderou o processo de transformação a partir de um projeto de leitura interdisciplinar. Ela falou sobre o assunto em entrevista na 98 News nesta sexta-feira (25/7), Dia do Escritor.

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“Quando eu cheguei aqui em 1990, nós éramos vistos como a ‘escolinha’. Não tínhamos a credibilidade da comunidade. Tínhamos uma equipe muito compromissada, mas, apesar disso, os nossos resultados eram insatisfatórios nas avaliações sistêmicas”, conta Eliza.

A virada ocorreu com o apoio da Fundação GIDE, organização que trabalha pela melhoria da educação pública no Brasil. “Nós já tínhamos um projeto de leitura forte, mas a metodologia ainda não colaborava para um desempenho eficiente. Com o aprimoramento do projeto, conseguimos o primeiro lugar no IDEB em 2009.”

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Leitura como base para todas as disciplinas

A estratégia adotada foi usar a literatura como eixo condutor das demais matérias. “A gente passou a trabalhar literatura de forma interdisciplinar. E o resultado só cresceu. Você vê, ali na literatura, a oportunidade de trabalhar matemática, educação física, geografia… Foi algo que trouxe a adesão da comunidade, que até então era pouco participativa.”

Segundo Eliza, o projeto também teve impacto emocional e afetivo. “A literatura trabalha a emoção, a esperança das pessoas. E isso deu à escola uma credibilidade muito significativa, tanto na comunidade quanto no município, no Brasil e até internacionalmente.”

A experiência atraiu a visita de educadores de diversas regiões do país e até de outros países. “Recebemos aqui americanos, franceses e outros interessados em entender como alcançamos essa diferença tão significativa.”

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Livro físico ainda faz a diferença

Mesmo com o avanço da tecnologia e da inteligência artificial, a escola segue apostando no livro físico como ferramenta de transformação. “Há poucos dias tivemos um trabalho com O Pequeno Príncipe. Além do livro físico, usamos QR Codes com mensagens do livro. Conseguimos mesclar tecnologia e leitura encantadora.”

A diretora destaca que o segredo está em envolver os alunos emocionalmente. “Quando a literatura trabalha a emoção do educando, o livro físico também se torna interessante. E isso não impede que ele seja acessado por outras mídias.”

O projeto também estimula a produção autoral dos estudantes. “Fizemos uma tarde de autógrafos em que nossos alunos eram os pequenos e grandes escritores. Imagina a família vir para o filho autografar o livro que ele escreveu. É muito prazeroso.”

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A leitura como chave da virada

Eliza resume o impacto do projeto. “Foi a chave da virada para a escola. Aprimorar o nosso trabalho de leitura com uma metodologia eficiente nos permitiu alcançar a excelência na aprendizagem. Convidou a família e o aluno a aderirem à proposta da escola. E isso é permanente.”

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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