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Trump prometeu uma nova rodada de tarifas (Isac Nóbrega/PR)

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O prazo para a vigência das tarifas anunciadas por Donald Trump é iminente. A partir de 1º de agosto de 2025, um imposto de até 50% sobre as importações brasileiras pode entrar em vigor. Por isso, todas as atenções da agenda econômica do Brasil estão voltadas para a possibilidade de um acordo com os Estados Unidos que evite esse impacto.

O governo federal, pressionado, iniciou um plano de contingência. Está mapeando novos mercados na Ásia, no Oriente Médio e no Sul Global para redirecionar produtos como café, carne bovina, suco de laranja e frutas que, até então, eram majoritariamente destinados aos Estados Unidos. Apesar da reação, a medida ainda parece tardia e reativa diante da gravidade do impacto — e não se trata de um problema isolado. Além do tarifário de Trump, outros países também já vêm impondo barreiras ao álcool brasileiro.

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Um exemplo recente foi a decisão da China de aplicar tarifa sobre o suco de laranja brasileiro, alegando concorrência desleal. Isso amplia a sensação de que há um vácuo de atuação estratégica da política comercial brasileira, que parece sempre correr atrás do prejuízo, em vez de antecipar os riscos.

É preciso dizer com todas as letras: o Brasil precisa negociar com urgência. O imposto de 50% torna inviável a maior parte das nossas exportações aos Estados Unidos, nosso segundo principal parceiro comercial.

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O prejuízo será grande, especialmente em estados como Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso, que têm forte peso no agro e na indústria alimentícia. As exportações podem cair, os preços internos despencarem e o impacto chegar até o consumidor final — com menor geração de renda, desemprego e perda de arrecadação. O agronegócio brasileiro exportou mais de 12 bilhões de dólares para os Estados Unidos em 2024. É uma relação comercial importante demais para ser negligenciada. As tarifas afetam diretamente a competitividade brasileira.

Sem acesso ao mercado americano e com barreiras em outros grandes mercados, os produtores terão dificuldade para redirecionar seus produtos, ajustar seus estoques — e isso vai impactar o nível de produção, o investimento e o emprego. Em economia, não existe alquimia. Barreiras comerciais aumentam a incerteza, comprimem margens e reduzem a previsibilidade.

Sem diplomacia ativa, planejamento e competitividade, o Brasil continuará vendo suas exportações encalharem enquanto o tempo corre. A conta do improviso e da lentidão institucional chega — e quem paga somos todos nós.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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