Democratizar a cultura do tambor mineiro e levar as manifestações do Congado para as periferias de Belo Horizonte. Esse é o objetivo do Festejo Tambor Mineiro, que pretende unir tradição, música popular e ancestralidade nas ruas da capital.
Liderado pelo multiartista e congadeiro Maurício Tizumba, a segunda edição do festival inicia sua programação neste sábado (9/8), em BH, com shows gratuitos de artistas convidados e guardas de Congado. Quatro datas até novembro estão reservadas para os shows em diferentes regionais da cidade.
A primeira apresentação ocorre na Praça Amadeu Lourenzato, no bairro Pilar, no Barreiro, com a sambista Franja Anuário e a Guarda de Congado Velho, da região do Babelá.
A abertura vai contar ainda com performance da Companhia Mimulos de Dança, considerada uma das melhores de Minas, com seu espetáculo “Chão”, idealizado para ser apresentado na rua.
Tizumba conta que o festejo nasceu da ideia de transformar o tambor mineiro em um festival itinerante, que pudesse levar a cultura popular do Congado para as ruas e praças, especialmente da periferia.
“Nem todos têm acesso ou se sentem confortáveis em ambientes de teatro. Por isso, nossa ideia é que a cultura mineira e brasileira de congado, e agora a cultura do mundo, possa alcançar a todos por meio de eventos realizados nas ruas. Queremos ocupar o espaço público”, explicou.
Racismo e preconceito
O artista ainda observou que, embora o Congado seja uma manifestação muito importante em Minas, a recepção do público pode ser uma questão desafiadora devido ao racismo e preconceito existentes em determinados lugares.
“Queremos desafiar as barreiras, porque ainda existe muito racismo e preconceito em relação ao congado”, comentou.
Nesse sentido, segundo Tizumba, ao ser realizado em praças ao ar livre, o festival tem como vocação se aproximar das pessoas em um movimento cultural formativo de acesso à arte”, pontuou.