E hoje vamos falar sobre o desenvolvimento urbano integrado, quando o planejamento, a comunidade e as soluções baseadas na natureza se encontram. Trata-se de uma metodologia inovadora para lidar com esses enormes desafios das cidades brasileiras.
Essa metodologia articula moradia, mobilidade, áreas verdes, infraestrutura, inclusão e empreendedorismo numa mesma estratégia e faz isso com a comunidade no centro das decisões. Quando essa lógica é aplicada, os respectivos recursos são direcionados para essas propostas.
Em Palmas, por exemplo, nós tivemos a oportunidade de participar do projeto do Parque dos Pioneiros, o maior parque linear da região Norte, o que garantiu mais de 500 milhões de reais em financiamento internacional para esses projetos estruturantes, envolvendo obras de mobilidade, drenagem, escolas, unidade de saúde e muitos espaços de lazer.
Já em Fortaleza, na região do Grande Bom Jardim, foi desenvolvido o projeto Caminhos Verdes e Azuis, levando essas soluções baseadas na natureza para uma área localizada na periferia da cidade.
E criamos uma espécie de laboratório de soluções urbanas inovadoras que integrou saneamento, mobilidade, adaptação às mudanças climáticas e participação social para reduzir as desigualdades e promover justiça climática. Já no estado do Rio de Janeiro, na cidade de Nova Friburgo, foi desenvolvido o programa Rio Grandina Resiliente.
A cidade implantou um núcleo comunitário de proteção e defesa civil e incluiu também ações de escutas comunitárias, mapeamentos coletivos e capacitações, além de melhorias urbanas e ambientais para reduzir os riscos em caso de enchentes e deslizamentos.
Aliás, todas essas experiências serão compartilhadas nos dias 13 e 14 de agosto, num evento denominado A Cidade é o Caminho para o Futuro, com conquistas e novos rumos para a transformação urbana, promovido pelo Ministério da Cidade e pela Cooperação Brasil-Alemanha, GIZ e Brasil. Estaremos presentes apresentando esses casos. Afinal de contas, o que une esses exemplos?
Projetos bem modelados, participativos e integrados, capazes de atrair grandes financiamentos e gerar um impacto positivo na vida de quem vive nas áreas mais vulneráveis. É uma combinação de metodologia inovadora, investimento inicial para dar tração a essas ideias e soluções baseadas na natureza que transformam territórios e melhoram a vida das pessoas.
Belo Horizonte também tem algumas ferramentas para apoiar esse desenvolvimento local, como o Plano de Bairros e, mais recentemente, o Programa Centralidade, só para citar alguns. Mas, para competir por recursos e transformar de verdade as periferias urbanas, é necessário integrar essa visão técnica, protagonismo comunitário e ações de curto, médio e longo prazos.
Afinal, cidades integradas não se constroem apenas com discursos, mas com projetos que unem pessoas, natureza e investimento. Bom, até o nosso próximo encontro, porque a cidade que se move é a cidade que melhora.