Em 2020, o trabalho remoto foi visto como a salvação em meio à crise sanitária global. Quase 5 anos depois, o cenário começa a mudar. Grandes empresas, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, estão exigindo que os seus colaboradores retornem parcial ou totalmente aos escritórios.
Um report da Forbes Brasil indica que essa tendência vem sendo impulsionada por dois fatores principais: a queda na coesão cultural das equipes e a percepção de perda de produtividade em alguns setores. De acordo com uma pesquisa da McKinsey de 2024, 67% dos executivos acreditam que a cultura organizacional enfraqueceu durante o trabalho remoto em tempo integral.
Um outro estudo do Instituto Gallup aponta que equipes híbridas, com pelo menos três dias presenciais por semana, registram níveis 12% mais altos de engajamento em comparação àquelas totalmente remotas. Os dados revelam uma preocupação crescente: como preservar identidade, colaboração e inovação quando os laços entre as pessoas são medidos quase que exclusivamente por telas. Esse movimento não significa necessariamente um retorno 100% presencial.
O formato híbrido se consolida como uma alternativa dominante, buscando equilibrar flexibilidade individual e conexão coletiva. Ainda assim, empresas como Amazon, Google e Meta já anunciaram políticas mais rígidas, sinalizando que a tolerância ao trabalho remoto ilimitado vem diminuindo. O desafio agora é reconstruir rituais e práticas que restituam um senso de pertencimento e identidade cultural.
Reuniões estratégicas, treinamentos presenciais e encontros informais no escritório voltam a ganhar protagonismo. Um risco para quem insiste no remoto total é uma espécie de desconexão das decisões estratégicas, das oportunidades internas e da própria cultura da organização. A questão não é apenas onde a gente trabalha, mas como a gente mantém viva a essência daquilo que nos une.
Como equipe, cultura não se constrói no silêncio das notificações e sim na convivência — física ou não — que cria histórias, confiança e propósito.