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Casos recentes, como o da Turquia, acendem um alerta importante sobre essa problemática (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Casos recentes, como o da Turquia, acendem um alerta importante sobre essa problemática (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Vamos falar um pouco mais sobre dominância fiscal e sua relação, pelo menos probabilística ou parcialmente correlacionada, com a independência do Banco Central.

O movimento de dominância fiscal é um grande problema para as economias. Basicamente, quando a política monetária já não serve mais para nada, subir ou reduzir juros não produz o efeito desejado na economia, muito menos para ancorar as expectativas dos agentes. Ou seja, a política econômica passa a ser totalmente dominada pela política fiscal — e isso é bastante negativo.

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Casos recentes, como o da Turquia, acendem um alerta importante sobre essa problemática, caso não consigamos fazer, como país, o que é certo tanto no fiscal quanto no monetário.

É importante destacar que a independência do Banco Central no Brasil é recente — 2021 e 2022, quando foi discutida no governo Bolsonaro. Ainda assim, trouxe bastante credibilidade para a instituição e alguma certeza de que a âncora monetária irá continuar, apesar das fragilidades da âncora fiscal, como a dificuldade em gerar superávits primários.

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O problema é tão sério que temos discutido cada vez mais que o nível de custo da dívida, ou de carrego da dívida, tornou a questão do déficit nominal muito mais relevante do que superávits ou déficits primários.

Por que isso importa? Porque, na margem, a dívida de um país é financiada de acordo com as expectativas de que ele conseguirá gerar superávits primários ao longo do tempo, trazendo esses fluxos a valor presente.

O pior cenário ocorre quando a dívida precisa ser financiada pela política monetária, ou seja, pelas receitas inflacionárias ou pelo imposto inflacionário de senhoriagem.

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Temos que ter bastante cuidado para não permitir que nossos desequilíbrios fiscais se intensifiquem a ponto de tornar a política monetária ineficaz como instrumento de apoio à política econômica. Isso é essencial não apenas para ancorar as expectativas dos agentes, mas principalmente para preservar a estabilidade da nossa moeda.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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