Hoje vamos falar sobre a força da transformação das cidades. Afinal de contas elas tem esta incrível capacidade de se reinventar.
Hoje já concentram mais de 80% do PIB mundial e é na cidade que temos grandes desafios, mas também as melhores soluções para o nosso tempo, sejam elas no campo da mobilidade, moradia, meio-ambiente ou adaptação às mudanças climáticas. Afinal, será que as nossas cidades estão preparadas para este novo cenário de emergências climáticas?
Segundo o UBA Index, que mede a capacidade dos municípios de enfrentar os impactos climáticos, ele traz que grande parte da cidade brasileiras, ainda enfrenta dificuldades estruturais, financeiras e também de planejamento para se adaptar.
Este dado se soma a um importante alerta emitido pela Confederação Nacional dos Municípios, que apenas duas em cada 10 cidades brasileiras tem algum nível de preparação para eventos extremos. A maioria segue vulnerável, sem planos, equipes ou mesmo recursos suficientes para agir de forma preventiva. E o preço desta inação é extremamente elevado.
As enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, por exemplo, no ano passado, deixaram um trágico cenário. Milhares de desabrigados e um prejuízo estimado em mais de R$ 120 bilhões. É a prova que investir em prevenção e adaptação custa muito menos que reconstruir depois da tragédia. Em Minas Gerais, esse debate já começou.
O Estado lançou o seu plano estadual de ação climática, que orienta políticas de redução de emissões, resiliência urbana e também acesso ao financiamento climático. E várias cidades mineiras já estão elaborando os seus planos locais de ação climática, aproximando este tema do cotidiano da população.
Aliás, esse movimento se conecta às metas o Brasil apresentou na última Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.
Uma das novidades foi a adesão a uma coalizão de parcerias multinível que busca justamente fortalecer a cooperação entre o Governo Federal, o Governo Estadual e Municipais, garantindo que o planejamento urbano, o financiamento, a execução e o monitoramento das estratégias climáticas caminham em conjunto. Este debate estará no centro da COP 30 em Belém.
Inclusive, os dois primeiros dias desta conferência serão dedicados à adaptação das cidades, resíduos sólidos, governos locais, economia circular e turismo, lançando as bases para uma ação ambiciosa em sistema, setores, comunidades e regiões. É aqui que entra uma ideia muito interessante, a cidade como uma espécie de mutirão.
Nenhum governo, empresa ou organização consegue enfrentar este cenário sozinho. É preciso uma força tarefa coletiva, gestores públicos, setor privado, sociedade civil e principalmente a comunidade local. Só assim, bairros, locais e cidades podem se transformar em espaços mais verdes, resilientes e justos.
A mensagem é clara: as cidades são laboratórios em transformação. Quando investem em adaptação, financiamento climático e participação, abrem caminho para um futuro mais sustentável. Bom, pessoal, até o nosso próximo episódio, porque a cidade que se move é a cidade que melhora.