Estudantes que conciliam trabalho e educação parecem ter encontrado uma fórmula eficaz para acelerar o próprio desenvolvimento.
Segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), jovens entre 15 e 29 anos que combinam estudo e emprego representam 16% dessa população e apresentam 65% de alfabetismo pleno, ou seja, habilidade para interpretar textos longos, resolver situações cotidianas como numerações e lidar com projetos mais complexos.
Esse índice supera de longe o daqueles que apenas trabalham, 39%, entre os quais prevalece o alfabetismo limitado. Além disso, as diferenças entre quem estuda e trabalha e quem não está em nenhuma dessas atividades vêm se acentuando. De acordo com reportagens complementares, jovens que não estudam nem trabalham apresentam índices de alfabetismo preocupantes: 47% têm níveis baixos e 18% são considerados analfabetos funcionais.
A pesquisa ainda aponta desigualdades claras. Entre jovens negros de 15 a 29 anos, 17% são analfabetos funcionais, contra 13% entre os brancos. No caso das mulheres nessa condição, 42% não trabalham nem estudam, um reflexo de barreiras sociais e também de gênero.
A mensagem é clara: o trabalho não apenas prepara para o mercado, como também forma melhor. Quando os jovens têm a oportunidade de aprender e aplicar simultaneamente, os ganhos intelectuais e de capacidades interpretativas se multiplicam. Mas é preciso oferecer condições.
Inserção qualificada, políticas públicas e educação profissionalizante fazem toda a diferença. Mais do que estatísticas, esse é um caminho para melhorar o desempenho individual e construir uma sociedade mais alfabetizada, conectada e inclusiva.