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(Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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No Visão Macro de hoje, vamos discutir um pouco mais sobre a importância da análise da curva de juros brasileira, quais informações podemos extrair dela e como utilizá-la como instrumento de conexão com as políticas monetárias do restante do mundo. Já falamos várias vezes sobre juros futuros.

No fim das contas, o que importa aqui é como o mercado ancora suas expectativas, tanto de inflação — por meio da inflação implícita — quanto de curvatura da própria curva de juros. Ou seja, se existe diferencial de juros positivo ou negativo entre determinados vencimentos, e em que intensidade.

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É importante lembrar que a curva de juros é, na prática, dividida em três partes. A primeira é a parte curta, controlada pela política monetária e vinculada ao horizonte relevante dessa política. Depois temos a parte longa, muito mais relacionada ao cenário de incerteza, necessidade de prêmio de risco e, obviamente, à política fiscal. Conectando essas duas está a parte média, influenciada principalmente pelas variações do câmbio nominal, ou seja, pela relação do real com outras moedas.

Mas por que isso importa tanto? Curvas normais, com diferenciais positivos entre vencimentos curtos e longos, geralmente indicam economias em situação relativamente saudável. Já as curvas invertidas — quando os vencimentos curtos oferecem retornos mais altos que os longos — podem sinalizar recessão, indo além do simples ajuste de ciclos de política monetária, seja de alta ou de baixa.

A curva de juros também funciona como benchmark para concessão de crédito, precificação de operações no mercado de capitais e, claro, para trazer a valor presente os fluxos de caixa futuros. A geração de caixa esperada, seja por empresas listadas em bolsa ou em projetos de investimento, passa necessariamente por esse cálculo.

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Em resumo, a curva de juros tem impacto econômico, financeiro e informacional muito mais relevante do que simplesmente indicar seu nível atual. O mais importante é entender como ela precifica informações, sejam elas simétricas ou assimétricas.

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Gustavo Andrade

Mestre em Economia pela UFMG (ênfase em microeconometria e finanças), com extensão pela London School of Economics. É docente em Economia e Finanças em faculdades renomadas, além de ter atuado ativamente como gestor e estrategista de portfólios desde 2013. Atualmente, além da docência em magistério superior, também atua como gestor de risco da Virtus Nexus Asset Management.

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