O cenário político mineiro começa a se redesenhar. Nikolas Ferreira (PL), deputado federal e fenômeno das redes sociais, reconsidera sua posição e passa a mirar diretamente a Cidade Administrativa. A ideia original de Waldemar da Costa Neto, presidente do PL, era usá-lo como puxador de votos nas eleições de 2026. Mas o pragmatismo fala mais alto, desperdiçar um nome que desponta como favorito ao governo seria um erro estratégico.
Hoje, a busca já é por um vice que sustente essa candidatura. E aqui, o suspense. Segundo apurações, o nome em análise não vem da prateleira tradicional da política. Isso reforça a narrativa de outsider que Nikolas alimenta e abre espaço para alianças fora do seu núcleo convencional, possivelmente em setores empresariais ou da sociedade civil. O vice, nesse xadrez, será peça decisiva, funcionando como avalista de governabilidade em um estado avesso a aventureiros.
O enfraquecimento de Cleitinho
Enquanto Nikolas cresce, outros nomes perdem força. É o caso do senador Cleitinho Azevedo, que chegou a ser apontado como alternativa competitiva, mas vem derretendo entre os apoiadores de campanhas e no meio político. Sua imprevisibilidade, a dificuldade de se manter em posições consistentes e uma volatilidade de opiniões cada vez mais notória têm feito lideranças recuarem. Em um estado que exige pragmatismo e previsibilidade, Cleitinho vai ficando para trás.
Pacheco e o dilema PSD
Do outro lado, Rodrigo Pacheco enfrenta um labirinto dentro do próprio partido. A filiação de Mateus Simões ao PSD mexe nas estruturas internas e complica sua consolidação como nome natural para a sucessão. Pacheco ainda sofre com um dilema, apesar de contar com o apadrinhamento político de Lula, não consegue transformar esse apoio em unanimidade dentro das bases lulistas em Minas, que veem sua candidatura com desconfiança.
O fator Mateus Simões
Já Mateus Simões, atual vice-governador e nome certo no PSD, carrega a máquina do Estado em seu favor. Isso, em Minas, nunca é pouco. Mas seu caminho está longe de ser fácil, Mateus precisará traduzir seus princípios políticos em algo palatável para o eleitorado, ao mesmo tempo em que tenta flertar com setores bolsonaristas. Com Nikolas oficialmente no páreo, essa ponte se torna ainda mais difícil de atravessar. Afinal, o eleitorado conservador e de direita, que poderia ancorar Simões, tende a migrar de forma natural para o jovem deputado do PL.
O retrato atual
O tabuleiro mineiro mostra um Cleitinho cada vez mais isolado, um Pacheco encurralado entre seu partido e a falta de entusiasmo da base lulista, um Mateus Simões que depende de arranjos delicados e um Nikolas que deixa de ser puxador de votos para deputados do PL, e se consolida como o projeto político mais robusto para a disputa ao governo de Minas.