Minas Gerais se consolida como o grande polo brasileiro da mineração de lítio e deve ser o epicentro da transição energética no país. Dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) mostram que o estado concentrará 78% de todos os investimentos previstos até 2029, algo em torno de US$ 906 milhões. O coração desse movimento está no Vale do Jequitinhonha, cada vez mais chamado de Vale do Lítio.
Empresas já consolidadas puxam a produção. A Sigma Lithium, que atualmente produz mais de 200 mil toneladas por ano, planeja dobrar esse volume em breve. A Companhia Brasileira de Lítio, pioneira na extração subterrânea e no beneficiamento do espodumênio, também reforça a base produtiva. Além delas, novas mineradoras como Atlas Lithium, Lithium Ionic e Latina Resources devem iniciar operações nos próximos anos, ampliando ainda mais o peso de Minas Gerais no setor.
No cenário nacional, Minas segue na liderança da mineração. O estado responde por quase um quarto dos US$ 68 bilhões em investimentos previstos no país até 2029. Em 2024, o faturamento mineral mineiro ultrapassou R$ 108 bilhões, com destaque para o minério de ferro e o ouro. O diferencial agora está no lítio, mineral estratégico para a produção de baterias, veículos elétricos e soluções de armazenamento de energia renovável.
O desafio é claro: garantir que esse boom seja acompanhado por práticas sustentáveis, inovação e inclusão das comunidades locais. Se bem conduzido, o Vale do Lítio pode se tornar não apenas um polo produtivo, mas também um modelo de desenvolvimento regional aliado à transição energética global.