Um morador de Ipatinga, no Vale do Rio Doce, registrou na noite dessa segunda-feira (27/10) a aparição de uma luz misteriosa atravessando o céu da cidade. Em conversa com a Rede 98, Leonardo Werneck conta que não é a primeira vez que ele vê um fenômeno como esse.
“Em maio aconteceu a mesma coisa. Eu tenho o costume de pegar meu filho de 3 anos e ficar com ele na janela. Eu moro no 18º andar, no bairro Veneza, em Ipatinga, e fico com uma visão privilegiada da cidade”, conta ele.
“Dessa vez, era por volta de 22h, eu fui pegar meu filho no colo para mostrar o céu, a lua, as estrelas… ele gosta muito de ver o céu à noite. E aí, por coincidência, quando eu olho pela janela, vejo um ponto de luz se movendo muito rápido, muito mais rápido que um avião, e percebo um certo rastro, que seria ali uma cauda. Aí eu já pego o celular e começo a gravar”, continuou ele.
Filho de Leonardo, Arthur subiu na cama e ficou pulando ao ver o fenômeno no céu. “Ele fica muito animado, porque não é a primeira vez que vê. Com três aninhos, já é a segunda vez que ele presencia esse tipo de fenômeno”, compartilhou o pai.
A cena, porém, gerou várias dúvidas em Leonardo. “Eu não sei se se trata da popularmente chamada estrela cadente, se é meteoro, meteorito, ou lixo espacial. Eu sei que, por sorte, eu tive a condição de gravar”, comemorou.
Especialista explica o fenômeno
Em contato com a reportagem, o astrônomo Marcelo de Cicco, coordenador do projeto de monitoramento de meteoros Exoss, ligado ao Observatório Nacional, conta que a luz que intrigou o morador de Ipatinga nada mais é do que lixo espacial de um satélite chinês.
“Esse fenômeno luminoso é devido à reentrada de parte de um foguete chinês lançado em junho de 2024. Esse foguete lançou um satélite chinês que está em órbita. Mas uma parte, vamos dizer, um estágio desse foguete que continuou circulando em torno do nosso planeta, aos poucos foi caindo, espiralando em cada órbita, até que começou a sofrer arrasto atmosférico e reentrou”, explicou ele.
Registro no site do Exoss mostra que o rastro foi visto em outras cidades de Minas Gerais, como Sabinópolis, também na região do Vale do Rio Doce. O objeto também foi avistado em cidades do Espírito Santo, Bahia e Brasília. Não há registros de fragmentos atingindo o solo.
