Recentemente, eu estava em um evento e assisti a um painel com quatro presidentes de empresas diferentes. E me soou um pouco estranho. Um deles me chamou ainda mais atenção: tinha apenas 29 anos e liderava uma empresa da família com faturamento bilionário. Mas, em meio às falas e perguntas, eu percebi o que estava me causando estranhamento. Ouvi comentários como: “Ele é tão competente e tão novo, né?” ou “Talvez você não entenda, já que tem idade para ser meu filho.”
Eu confesso que essas frases soaram completamente fora de lugar para mim. Afinal, hoje idade não diz muito sobre competência. Estamos em novos tempos, e os tempos realmente mudaram — e muito rápido. O que funciona hoje, amanhã já não funciona mais. A maior empresa não é necessariamente a melhor empresa, e o profissional mais antigo nem sempre é o mais preparado. Nas empresas, convivem hoje cinco gerações diferentes, dos veteranos até a geração Z, a mais nova.
Está na hora de pararmos de subestimar as gerações novas. Essa é uma geração com formação ampla, muitas vezes internacional, com fluência em idiomas e alta conexão com o digital. Mas o contrário também vale: os mais jovens não devem subestimar quem veio antes. A experiência e a maturidade emocional continuam sendo, sim, grandes diferenciais.
O segredo está no equilíbrio: aproveitar o melhor de cada geração, misturar energia com sabedoria, inovação com experiência. Na verdade, diversidade — inclusive de idade, que é do que estamos falando aqui — fortalece as equipes e melhora os resultados.
Então, antes de rotular alguém pela idade, pense bem: o que realmente importa é o quanto as pessoas têm a contribuir.
