Olha, se você acreditar muito, mas muito mesmo, com força e fé em algo, a coisa se torna real. E não é papo de autoajuda não, tá? É ciência e já fez até estátua falar. Você acredita? Era uma vez um escultor cipriota, ou seja, lá de Chipre, que esculpiu na pedra uma mulher que, de tão perfeita, despertou nele uma paixão avassaladora.
Ele deu a ela o nome de Galathea e implorou à deusa Afrodite que a transformasse em uma mulher de carne e osso. Concedida a graça, Pigmalião e Galathea casaram-se e viveram felizes para sempre. Mas a história não acaba aí não. Séculos depois, psicólogos de Harvard perceberam que Pigmalião havia revelado algo muito real sobre nós e chamaram isso de Efeito Pigmalião.
O pesquisador Robert Rosenthal resolveu testar se as expectativas que acalentamos em relação ao outro de fato determinam o sucesso de alguém. Para isso, passou aos professores de uma escola secundária uma lista de alunos promissores, supostamente mais inteligentes que o resto da turma. Era tudo mentira, tá? Os nomes haviam sido escolhidos de uma lista aleatória. No fim do ano, constataram, com surpresa, que os alunos da lista tiveram, de fato, um desempenho bem acima da média. Mas por que isso ocorre?
Tem menos a ver com os alunos e mais a ver com os professores, que, sem perceber, passaram a tratar os pupilos da lista como se fossem realmente mais capazes. Foram mais pacientes, ensinaram mais, deram mais atenção e ofereceram mais reforço positivo. Esse empenho extra turbinou a autoconfiança dos alunos, gerando com isso um ciclo virtuoso. Mas, para funcionar, a crença tem que ser autêntica. Se você percebe alguém como limitado, não adianta dizer que o sujeito é um gênio.
Você vai acabar se traindo no tom de voz, no olhar, na impaciência. No fim das contas, o efeito Pigmalião é simples: quando alguém mostra que acredita de verdade em nós, nós também passamos a acreditar e nos esforçamos para provar que estão certos a nosso respeito. As expectativas condicionam o resultado. Todo mundo já teve um Pigmalião na vida. Quem foi o seu? Ou será que você é que bancou o Pigmalião para alguém? Se você curtiu a história, fica aí ou me segue lá no Instagram, que daqui a pouco eu conto outra.
