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O mercado de trabalho parece forte, mas os fundamentos estão quebrados

Por

Izak Carlos

Izak Carlos
  • 17/11/2025
  • 12:03

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(FreePik/Reprodução)

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A economia brasileira vive mais um daqueles momentos em que os números parecem contar uma história, mas, quando olhamos com mais cuidado, percebemos que há muita coisa fora do lugar. Na última sexta-feira, foram divulgados os dados trimestrais da Pinard contínua, incluindo o desemprego nos estados brasileiros. E, apesar da taxa seguir baixa, próxima das mínimas históricas, os dados revelam um conjunto de paradoxos que ajudam a explicar por que o Brasil cresce pouco, produz pouco e continua preso a dilemas estruturais que insistem em permanecer.

O primeiro paradoxo está no próprio comportamento do mercado de trabalho. Mesmo com a taxa básica de juros em patamar extremamente contracionista, o mercado de trabalho permanece relativamente aquecido. Isso indica que os efeitos da política monetária estão chegando de forma lenta, em conta-gotas. Revela também algo importante: a despeito das críticas do ministro da Fazenda, o Banco Central atuou e segue atuando na direção correta. Afinal, se a atividade segue firme mesmo com juros altos, significa que o estímulo fiscal recente manteve a economia artificialmente aquecida, o que exigiu uma política monetária mais dura para segurar a inflação.

O segundo paradoxo é talvez o mais intrigante. A informalidade permanece elevada mesmo com o mercado de trabalho forte. No Brasil, quase 40% dos trabalhadores estão fora do mercado formal, um nível alto tanto para a nossa história quanto para outros países emergentes. Isso pode sugerir, por um lado, que o custo de contratação formal continua proibitivo: encargos trabalhistas, insegurança jurídica e um sistema regulatório complexo afastam as empresas da formalização.

Mas, por outro lado, também existe a possibilidade — cada vez mais presente nas avaliações técnicas — de que os próprios trabalhadores já não veem valor no vínculo formal. Entre aplicativos, prestação de serviços e ocupações por conta própria, muitos simplesmente não encontram vantagem econômica em se formalizar. A verdade pode estar numa combinação dos dois fatores, e nenhuma delas é uma boa notícia.

O terceiro paradoxo vem da taxa de participação da força de trabalho, que mede quantas pessoas estão ocupadas ou procurando emprego. Mesmo com a melhora da economia e com os salários reais em alta, a taxa de participação ainda não retornou ao patamar pré-pandemia. Isso indica que há uma parcela relevante da população que permanece fora do mercado de trabalho mesmo em um ambiente de oportunidades crescentes. Aqui, novamente, o diagnóstico é direto: os benefícios sociais estão descalibrados. Quando o benefício se aproxima ou ultrapassa o rendimento potencial de volta ao trabalho, muitos simplesmente optam por permanecer fora da força de trabalho.

E, quando o benefício alcança mais pessoas do que deveria, a taxa de participação cai por razões óbvias. O incentivo econômico para trabalhar diminui. E aqui entra um ponto tão importante quanto: a produtividade do trabalho segue estagnada.

Olhando para o médio prazo, esse é talvez o maior gargalo do crescimento econômico sustentável. O Brasil combina elementos que não fecham a conta: rendimento médio real subindo, informalidade elevada, baixa taxa de participação, juros altos e produtividade que não reage. Essa equação produz uma economia que cresce de maneira artificial, sem ganhos de eficiência, sem capacidade de sustentar o próprio aquecimento e sem gerar espaço para juros menores no futuro.

Esse é o tipo de armadilha que prende o país em ciclos curtos de bonança, seguidos de longos períodos de desaceleração. Somando esses elementos — informalidade alta, taxa de participação baixa, mercado de trabalho resistente mesmo com juros contracionistas e produtividade estagnada — chegamos ao grande paradoxo final: os resultados revelam a insustentabilidade das políticas econômicas adotadas nos últimos anos.

O governo estimulou a atividade, ampliou gastos sociais sem calibragem técnica e sem fiscalização, e manteve a economia aquecida artificialmente. Isso pressiona a inflação, exige juros ainda mais altos e deteriora a renda das famílias, criando esse cenário de desemprego baixo, mas cheio de distorções. Temos, assim, mais uma típica jabuticaba brasileira: o mercado de trabalho forte na aparência, mas frágil nos fundamentos, resultado direto de intervenções excessivas do Estado e políticas populistas mal desenhadas.

Em economia, não existe alquimia. Quando o Estado intervém de forma descuidada, ampliando gastos sem contrapartida, desorganizando incentivos e desequilibrando a relação entre benefícios e trabalho, os resultados aparecem — mas aparecem tortos: informalidade teimosamente alta, participação travada, produtividade parada e juros entre os maiores do mundo. A realidade sempre cobra a sua fatura e, no Brasil, ela costuma vir com juros compostos.

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Izak Carlos

É economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Formado em economia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com MBA em Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas, mestrado e doutorado em economia aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), já atuou como economista, especialista e consultor econômico da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Izak também é sócio-diretor da Axion Macrofinance e Especialista do Instituto Millenium.

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