O general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), revelou, em exame de corpo de delito, que convive com Alzheimer desde 2018. A avaliação foi feita nessa terça-feira (25/11), logo após a prisão do militar. Aos 78 anos, ele começou a cumprir pena de 21 anos por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
Segundo relatório da médica Reniany Omena, enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Heleno relatou perda importante de memória recente, hipertensão e prisão de ventre. Apesar das condições de saúde, a major do Comando Militar do Planalto concluiu que o general está em boas condições gerais e não apresenta lesões aparentes.
O exame teve como objetivo avaliar a higidez física do ex-ministro antes do início do cumprimento da pena em regime fechado, em Brasília. O laudo descreve Heleno como colaborativo, emocionalmente estável e com aparência compatível com sua idade biológica.
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A ordem para início do cumprimento da pena foi dada por Moraes após a rejeição dos embargos de declaração apresentados pela defesa. Os advogados tentavam afastá-lo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apontada como instrumento do governo Bolsonaro para monitorar adversários políticos. Heleno foi ministro do ex-presidente de janeiro de 2019 até o fim do mandato, em dezembro de 2022.
O militar foi enquadrado pela Procuradoria-Geral da República como integrante do núcleo crucial da trama golpista, grupo que teria atuado diretamente na articulação dos planos. Augusto Heleno foi condenado por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de direito, organização criminosa armada e dano qualificado contra patrimônio da União.
