Uma fotografia que documenta o maior desastre socioambiental urbano em curso no mundo, localizado em Maceió (AL), foi selecionada para integrar a lista Pictures of the Year 2025 da National Geographic. A imagem, de autoria da fotógrafa Maíra Erlich, traz visibilidade global para a tragédia causada por décadas de mineração de sal-gema na capital alagoana.
A foto selecionada destaca a história de Damião, um pescador e antigo morador da região afetada. Ele é uma das cerca de 60 mil pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas devido ao afundamento do solo em diversos bairros residenciais. No registro, Damião aparece com sua ave, simbolizando as perdas pessoais enfrentadas pelas vítimas; durante o processo de evacuação, o pescador foi obrigado a se desfazer dos animais que criava.
Documentação de um desastre urbano
A imagem faz parte de um projeto documental desenvolvido por Maíra nos últimos anos. O trabalho busca registrar as consequências humanas e ambientais do colapso do solo em Maceió, considerado um caso único no mundo pela sua escala e localização em área densamente povoada.
Apesar da dureza do tema, a seleção pela National Geographic é vista como um passo fundamental para ampliar o alcance da denúncia. “Apesar de ser uma história dura e triste, é importante vê-la alcançar um espaço tão importante”, afirm a fotógrafa. A seleção coloca o trabalho brasileiro ao lado de alguns dos fotógrafos mais renomados do cenário mundial.
Reconhecimento internacional
Com quase 20 anos de carreira na fotografia, Maíra Erlich celebra a conquista como um marco profissional inesperado. O apoio da @insidenatgeo e da @natgeo foi citado como essencial para a continuidade desta jornada documental.
“Eu jamais imaginaria chegar até aqui, nem nos meus sonhos mais ousados”, declarou o(a) autor(a), ressaltando a gratidão a todos que fizeram parte do processo de documentação desta crise humanitária no Brasil.
Lalo de Almeida
Outro representante brasileiro que integra a lista da NatGeo é o fotógrafo Lalo de Almeida.

Aliviados com o retorno da estação chuvosa após dois anos de seca sem precedentes, os moradores de Anamã, cidade às margens do rio Amazonas, jogavam vôlei com água na altura da cintura e se locomoviam pelas ruas de barco. Mas a magnitude das inundações também reflete uma instabilidade causada pelas mudanças climáticas, à medida que os moradores se adaptam elevando suas casas sobre palafitas.
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