O jovem produtor João Pedro Emerick Ramos, de 24 anos, alcançou um feito inédito no 22º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais ao obter 93,2 pontos, a maior pontuação já registrada desde a criação do certame. Morador de Alto Jequitibá, na região da Zona da Mata, ele superou mais de 1,8 mil concorrentes e levou o título de Grande Campeão Estadual na edição de 2025.
A avaliação das amostras segue a metodologia da Specialty Coffee Association (SCA), referência mundial em cafés especiais. O anúncio dos vencedores ocorreu nessa quinta-feira (11/12), em Belo Horizonte.
João Pedro cultiva café em uma área de 20 hectares juntamente com os pais e a irmã. O microlote vencedor leva o nome João Miguel, homenagem ao filho do produtor. “Lá é tudo agricultura familiar. É muita dedicação, amor, trabalho e carinho. A gente tem que fazer tudo com excelência”, afirmou.
O campeão recebeu prêmio de R$ 10 mil. A edição deste ano também bateu recorde de participação, com 1.857 amostras inscritas, provenientes de 162 municípios. Ao longo das etapas, provadores analisaram mais de 10 mil xícaras.
A competição contemplou produtores das quatro regiões cafeeiras do estado (Sul de Minas, Cerrado, Matas de Minas e Chapada) em duas categorias: Café Natural e Café Cereja Descascado, Despolpado ou Desmucilado, todas com cafés arábica da safra 2025. As amostras passaram por análises físicas e sensoriais rigorosas.
Além do campeão estadual, foram reconhecidos os vencedores regionais e a Mulher Destaque em Qualidade. O prêmio feminino foi entregue a Beatriz Aparecida de Souza Guimarães, de Serra do Salitre, que obteve 91 pontos.
Os cafés mais bem colocados terão compra garantida por uma rede de supermercados, com valor de até R$ 6 mil por saca, e devem chegar ao varejo em uma linha especial no próximo ano. A premiação em dinheiro para os dois primeiros colocados foi financiada por uma cooperativa de crédito.
O concurso é organizado pela Emater-MG em parceria com instituições de pesquisa, ensino e entidades do setor produtivo. A iniciativa se consolidou como uma das principais vitrines da cafeicultura mineira e um termômetro da evolução da qualidade no estado.
