O presidente Lula realizou nesta quarta-feira (17/12) um balanço do terceiro ano de mandato e projetou o cenário para o próximo ciclo eleitoral. Ele classificou o encerramento do ano como uma “situação amplamente favorável”, apesar de reconhecer que a aprovação não se reflete com a mesma intensidade nas pesquisas de opinião pública.
O discurso focou na estratégia de reconstrução nacional, no impacto das políticas sociais e na diplomacia internacional.
Evolução da gestão
Lula descreveu as fases narrativas e práticas de sua administração, dividindo o período entre a reorganização institucional e a entrega de resultados.
“Nós começamos esse governo falando a palavra reconstrução e união. Ou seja, a gente pegou um país desmontado, a gente começou a reconstruir e a gente trabalhou muito a questão da união. Depois, no começo do desse ano, a gente começou a falar que a gente estava, sabe, plantando e que esse ano seria o ano da colheta.”
Segundo o presidente, a maioria das políticas necessárias já foi anunciada. Ele definiu o próximo período eleitoral como um momento decisivo de confronto de visões. “O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade. para mostrar quem é quem nesse país.”
Inclusão e cultura
O presidente apontou o resgate da dignidade da população de baixa renda como um dos principais legados. Ele afirmou que a gestão encerrou a marginalização social desse grupo.
“A verdade nua e crua é que nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre desse país. Nós acabamos com a invisibilidade de um povo que só era reconhecido em época de eleição.”
Lula citou a segurança alimentar e o acesso ao lazer como indicadores práticos dessa mudança. “Ou seja, hoje as pessoas estão tendo o direito de comer três vezes ao dia. As pessoas estão tendo o direito de ir a um cinema.”
Ele vinculou esse acesso à recriação e ao fortalecimento da pasta da Cultura.
“As pessoas estão tendo direito de ir ao cinema porque também nunca se investiu tanto em cultura como se investiu nesses 3 anos num país em que não existia mais Ministério da Cultura.”
Relações Internacionais
No âmbito externo, Lula defendeu o diálogo como ferramenta econômica e humanitária para evitar conflitos. Ele mencionou uma conversa com o presidente Donald Trump para ilustrar sua posição.
“Aliás, eu falei pro Trump, o Trump fica mais barato conversar e menos sofrível conversar do que guerra. Se a gente acreditar no poder do argumento, no poder da palavra, a gente evita muita confusão na vida dos países.”
O presidente encerrou a fala demonstrando otimismo com a performance administrativa. “E assim nós conseguimos terminar o ano numa situação amplamente favorável, embora isso não apareça com a força que deveria aparecer nas pesquisas de opinião pública.”
