Horas após vir a público a investigação da Polícia Federal (PF) que liga seu nome à apreensão de R$ 430 mil em dinheiro vivo, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou, nesta sexta-feira (19/12), ser alvo de perseguição política por integrar a oposição e a direita no país.
Em discurso, o líder do PL na Câmara classificou a apuração como mais uma tentativa de criminalizar conservadores e disse que a operação tem motivação política. Segundo ele, trata-se de uma ação para atingir adversários do governo federal.
“Essa investigação é mais uma investigação para perseguir quem é da oposição, quem é conservador, quem é de direita”, afirmou o parlamentar.
Venda de imóvel
Segundo o parlamentar, o montante tem origem lícita e seria resultado da venda de um imóvel dele. “Quem não deve não teme. Eu não tenho nada a temer”, disse. Na fala, Sóstenes negou qualquer irregularidade em relação ao dinheiro apreendido em um flat em Brasília.
Ele também sustentou que o modo como o dinheiro foi encontrado não condiz com práticas ilícitas. “Dinheiro de corrupção não aparece lacrado, identificado e recolhido oficialmente na sua residência”, alegou.
Sóstenes também acusou o presidente Lula de blindar o próprio filho, Lulinha, das investigações da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS. “Quero reiterar e desafiar aqui o presidente a trazer o Lulinha, o vice-líder do governo no Senado (Weverton Rocha, PDT-MA), e explicar ao povo brasileiro, como eu estou fazendo”, rebateu.
Na fala, o líder do PL acusou a esquerda de tentar desviar o foco de outras investigações. “O que eles querem com esse tipo de operação é ocultar”, afirmou. “Eles querem botar um pano de fundo para que ninguém saiba no Brasil quem é o filho do cara”, disse, em outra alusão à CPMI do INSS. “O Brasil precisa conhecer quem é quem neste país.”
Entenda
Na manhã desta sexta, a PF deflagrou a operação Galho Fraco, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos provenientes da cota parlamentar. Entre os alvos da ação estão os deputados federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Cavalcante, líder do PL na Câmara dos Deputados.
Ao todo, sete mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo STF no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.
Segundo a investigação, agentes políticos, assessores e particulares teriam atuado de forma coordenada no desvio e ocultação de verbas públicas, com uso de empresas de fachada e mecanismos de lavagem de dinheiro. Os crimes apurados incluem peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
