O produtor da empresa responsável pelos shows da banda IRA! se manifestou após o cancelamento de quatro apresentações no Sul do Brasil. Mario Zeferino, da 3LM, demonstrou insatisfação: “Não é um show de política, é um show de música”.
Em show realizado em Contagem (MG), Nasi, vocalista do grupo, se mostrou contra a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, criando uma indisposição com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em decorrência do posicionamento e da repercussão, os shows que aconteceriam em Jaraguá do Sul, Blumenau, Caxias do Sul e Pelotas foram cancelados.
A 3LM alega que a medida foi tomada pela “desistência de patrocinadores e o risco claro de não progressão das vendas” de ingressos. Em entrevista à Veja (via Rolling Stone Brasil), Mario Zeferino reforçou a justificativa: “Tivemos que cancelar. O show não ia ter o público necessário para pagar os custos”, disse.
Mario, que teve um prejuízo de R$70 mil, ainda criticou artistas se posicionarem politicamente: “Com esse cancelamento, eu perdi dinheiro da entrada dos teatros, eu perdi toda a mídia, eu perdi pessoal que fez arte, eu perdi uma série de coisas que não tem como devolver. Estou com quatro shows no Sul, onde claramente os bolsonaristas são o maior número, e o cara me fala um mês antes dos shows que o bolsonarista não é bem-vindo no show dele?”, concluiu.
O produtor da 3LM ainda opinou sobre as consequências da relação entre política e música: “O povo de direita com o da esquerda está se degradando na internet, porque um acha que tem razão e que o outro não tem, aí vira essa briga. Quando a pessoa vai lá, canta e vai embora, não tem polêmica nenhuma. Mas quando fala, vira esse caos aí”.
Pronunciamento de Nasi
O vocalista do IRA! declarou que os shows “foram cancelados em comum acordo com o contratante”. O artista ainda afirmou à Billboard Brasil que “houve um bombardeio desses fascistas”.
Nasi não demonstrou arrependimento e classificou a banda como “progressista”. O cantor reforçou que não deixará de se posicionar quando “algo absurdo, que ponha em risco nossa democracia” acontecer.
Por fim, Nasi disse que a repercussão pode ser positiva para o grupo: “Todo mundo sabe como o gabinete do ódio age, né? Daqui a pouco eles pegam outro para Cristo. Numa boa, o Ira! saiu maior do que entrou nessa história”, concluiu.