Enquanto Belo Horizonte se prepara para o Natal, em Sabará o clima é outro. No centro histórico, as ruas ganham teias, abóboras e fantasias. É o Halloween que chegou — e já virou tradição.
Conhecida por suas festas religiosas, Sabará passou a celebrar também a cultura pop. Desde 2017, o Halloween de rua toma conta da cidade, atraindo visitantes, movimentando o comércio e mostrando que tradição e modernidade podem caminhar juntas.
A ideia surgiu da moradora Rosiane Pinto, que quis ver as crianças se divertindo de um jeito diferente. O que começou como um piquenique para 20 crianças se tornou uma festa com centenas de participantes. “De 20 crianças foram inscritas 450, e a festa tomou uma dimensão que eu nunca imaginava”, lembra Rosiane.
Nas últimas edições, mais de seis mil pessoas participaram da celebração. O sucesso foi tanto que o evento passou a atrair turistas de outras cidades. Segundo o secretário de Cultura, Marcelo Santiago, a expectativa é de um aumento de 60% neste ano.
“Pra esse ano, a expectativa é de quase 10 mil pessoas no Halloween. Eu desconheço outro evento do tipo, em Minas, que atraia tanta gente. E aqui em Sabará a gente tem um diferencial: é uma cidade com 314 anos, e os casarões ajudam a criar o clima assombrado”, comenta.
O comércio local também entra na brincadeira. A empresária Cristiane Silva, dona de um restaurante que se transforma em um “quintal mal-assombrado”, participa desde a primeira edição. “Não vendemos nada no dia, é só diversão. Mas muita gente vem almoçar depois, porque conheceu o espaço durante o Halloween”, conta.
Neste ano, o percurso do Halloween terá 22 pontos de distribuição de doces, sendo um deles solidário — com troca de um litro de leite. E para os adultos, o comerciante Marvin Rossini promete uma programação especial com DJ e pirofagia.
Entre fantasias, doces e sustos leves, o Halloween de Sabará mostra que o centro histórico pode ser cenário tanto de procissões quanto de bruxarias do bem.
