Pedro Lourenço é dono da SAF do Cruzeiro, mas, antes de assumir o comando do futebol celeste, já ajudava o clube em diversas contratações. Em entrevista, revelou que, apesar dos investimentos feitos ao longo dos anos, raramente recebeu retorno financeiro.
“Eles pediam para ajudar a comprar jogador. Você ajudava a comprar 5%, 20%, 50%, mas, quando eles vendiam, nunca me pagavam (risos). Ah, vou te dar parte [dos direitos econômicos] do outro, e daí pulava para outro. Eu só recebi dinheiro do Cruzeiro uma vez, [da venda] do Lucas Silva, com uma parte do valor da negociação para o Real Madrid”, explicou Pedro Lourenço, em entrevista à Revista do Mineirão.
Lucas Silva, revelado pelo Cruzeiro, foi negociado em 2014 com o Real Madrid por 15 milhões de euros, cerca de 40 milhões de reais, na cotação da época.
Pedro Lourenço revelou também que investe no Cruzeiro desde a primeira gestão de Zezé Perrella (1995 a 2002). O empresário ainda ponderou que as maiores loucuras que fez pelo clube ocorreram no início de seu envolvimento.
“Eu só fiz besteira no Cruzeiro depois de conhecer mais, de ajudar mais [financeiramente], e já fiz muita bobagem. Mas, antigamente, eu ficava ouvindo o radinho, e ele era um companheiro bom que a gente tinha”, disse.
Hoje, Pedro Lourenço é dono de 90% da SAF do Cruzeiro. O empresário está na lista de credores da Recuperação Judicial do clube. Ele tem direito a receber cerca de R$ 25 milhões. Parte desse montante tem relação com a compra de Arrascaeta, em 2014, junto ao Defensor Sporting, do Uruguai. Na época, Pedro Lourenço emprestou R$ 9 milhões para o clube adquirir os direitos do atleta.
Pedro Lourenço presidente
O empresário também revelou que já teve vontade de ser presidente do clube.
“Eu já tive vontade de ser presidente do Cruzeiro antigamente, na época do Gilvan (de Pinho Tavares, 2012–2017). Naquela época, eu queria ser presidente, mas o Zezé optou pelo Gilvan e eu dei uma desanimada”, completou.
Mesmo com esse interesse, Pedro Lourenço revelou que nunca havia pensado em ser dono do Cruzeiro. Segundo o empresário, ele é torcedor do clube desde a infância, quando morava no interior e escutava as partidas do time celeste pelo rádio.
“Ser dono do Cruzeiro nunca passou pela minha cabeça. Sempre ajudei o Cruzeiro em todas as gestões, independentemente de quem era o presidente. Eu sempre fui preocupado com o torcedor, mas nunca preocupado comigo. Nunca tive cargo, nunca peguei um ingresso de graça como conselheiro. Sempre fiz questão de pagar meu ingresso. Eu acho que até hoje a ficha não caiu”, finalizou.