Neste domingo (09/03), logo após a Conmebol anunciar as punições ao Cerro Porteño pelos atos racistas sofridos pelo atacante Luighi, da equipe sub-20 do time paulista, na última quinta-feira, o Palmeiras reagiu e prometeu acionar a FIFA para cobrar uma punição mais severa ao clube paraguaio.
No comunicado, o clube afirmou discordar “com veemência” das punições aplicadas, classificando-as como extremamente brandas. O Palmeiras também destacou que, com exceção da medida educativa adotada (uma campanha antirracista nas redes sociais do clube infrator), as penalidades são inofensivas diante da gravidade dos acontecimentos da última quinta-feira.
O clube reiterou que acionará as entidades máximas do futebol mundial, incluindo a FIFA, e que recorrerá às últimas instâncias para que o futebol sul-americano se torne um ambiente de tolerância zero ao racismo.
A punição da Conmebol
O Cerro Porteño foi multado em 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil), valor a ser pago no prazo de 30 dias a partir da notificação. Além disso, a equipe paraguaia foi proibida de contar com a presença de torcedores em seus jogos na Libertadores Sub-20.
A entidade que regula o futebol sul-americano também determinou que o clube publique, em suas redes sociais oficiais, uma campanha de conscientização contra o racismo durante toda a edição de 2025 da Conmebol Libertadores Sub-20.
Ambas as punições cabem recurso.
O caso
Na última quinta-feira, Luighi, atacante do Palmeiras, foi alvo de ofensas racistas por parte de um torcedor do Cerro Porteño durante uma partida da Conmebol Libertadores Sub-20, disputada no Paraguai.
O agressor fez gestos imitando um macaco em direção ao jogador, que ficou visivelmente abalado e deixou o campo chorando. Em entrevista ao canal SporTV, que cobre a competição, Luighi se emocionou ao perceber que o repórter local, escolhido pela Conmebol, não mencionaria o episódio de racismo e se limitaria a perguntar sobre a partida.
“Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu comigo hoje? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime. Não vai perguntar sobre isso?”, questionou Luighi. Ele seguiu: “Vai me perguntar sobre o jogo? A Conmebol vai fazer o quê sobre isso? Ou a CBF, sei lá. Você não ia perguntar sobre isso, né? Não ia. O que aconteceu hoje é crime. Isso aqui é formação, estamos aqui para aprender”.
Leia a nota na íntegra
A Sociedade Esportiva Palmeiras discorda com veemência das punições extremamente brandas aplicadas pela CONMEBOL ao Cerro Porteño-PAR em razão dos ataques racistas sofridos por nossos atletas em jogo disputado pela Libertadores Sub-20, na quinta-feira (6), em Assunção, no Paraguai.
Com exceção da medida educativa adotada (campanha antirracista nas redes sociais do clube infrator), tratam-se de penas inócuas diante da gravidade dos fatos ocorridos e, portanto, insuficientes para combater os reiterados casos de discriminação racial no futebol sul-americano.
As sanções ao Cerro Porteño, em vez de servirem ao propósito de coibir um problema seríssimo, na prática demonstram a conivência das entidades com um crime que vem se repetindo incessantemente, bem como a falência de um sistema penal incapaz de punir com o rigor necessário os crimes de racismo cometidos dentro de campo e nas arquibancadas.
O Palmeiras reitera que acionará as entidades máximas do futebol mundial e levará o episódio às últimas instâncias para que o futebol sul-americano possa, enfim, tornar-se um ambiente de tolerância zero ao racismo.
As lágrimas do atacante Luighi não serão em vão!