A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) voltou a defender o retorno do horário de verão como alternativa para aliviar o sistema elétrico e beneficiar a economia. Segundo o presidente da entidade, Paulo Solmucci, a medida traria impactos positivos tanto para o setor de bares e restaurantes quanto para o consumo em geral. “No período em que o horário de verão esteve em vigor, o movimento entre 18h e 21h crescia até 50%. Isso representava um aumento médio de 10% a 15% no faturamento mensal dos estabelecimentos”, afirmou.
Com o avanço da energia solar no Brasil, que já representa 22% da matriz energética nacional, surgem novos desafios para o sistema elétrico, especialmente no horário de pico, entre 18h e 21h, quando essa fonte deixa de ser gerada. Para suprir a demanda, o país precisa acionar hidrelétricas e até mesmo termoelétricas, que são mais caras e poluentes, o que aumenta o risco de sobrecarga e até apagões.
Além da movimentação no setor, Solmucci destaca o benefício direto ao bolso do consumidor e à economia do país. “Só nos últimos cinco anos sem o horário de verão, deixamos de economizar cerca de R$ 2 bilhões em energia elétrica. Em um único período de cinco meses, a economia pode chegar a R$ 400 milhões”, reforçou. A Abrasel também destaca o alerta recente feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que indicou risco de apagão no sistema caso a medida não seja retomada.
A Abrasel já iniciou articulações com o governo federal, incluindo conversas com os ministros do Turismo e de Minas e Energia. Segundo Solmucci, “todos enxergam os benefícios, mas é preciso decisão antecipada para garantir a organização dos diversos setores”. No ano passado, a proposta foi descartada por falta de tempo para ajustes técnicos, como no setor aéreo. Desta vez, a expectativa é que haja uma definição com antecedência.