Parte da história de Belo Horizonte, há quase 90 anos, o Café Nice está perto de ganhar uma cara nova. O pontapé inicial para a revitalização desse espaço, que é um dos mais emblemáticos do Centro de BH, foi dado nesta terça-feira (15/4), com o lançamento da campanha “Abrace o Nice”.
Douglas Issa, coordenador do projeto, explica que a iniciativa nasceu da vontade de devolver ao Café Nice o protagonismo no coração de BH. No ano passado, o café quase fechou as portas por dificuldades financeiras. Por isso, uma das etapas da campanha, será um financiamento coletivo.
“A campanha simboliza um carinho coletivo, o gesto de cuidar de um espaço que é de todos nós. Esse financiamento coletivo veio como uma resposta natural: a gente quer envolver as pessoas, não só como apoiadoras, mas também como verdadeiras guardiãs dessa memória afetiva”, disse Douglas, em conversa com a Rede 98.
A campanha foi idealizada pela Oficina Paraíso em parceria com Rafael Quick, um dos nomes por trás do sucesso do Mercado Novo e vários outros estabelecimentos “queridinhos” de BH, como o Juramento 202 e a Cozinha Tupis.
O financiamento coletivo tem o objetivo de arrecadar R$ 30 mil e propõe a venda de produtos personalizados com a nova cara do Café Nice, como canecas, bonés e camisas. O projeto inteiro, que contará com o apoio de iniciativas privadas, visa arrecadar R$ 280 mil para o point do Centro de BH.
Preservação do espaço
Os organizadores da campanha reforçam que a reforma estrutural do espaço será feita com respeito à arquitetura original. Além disso, as delícias do Café Nice permanecerão irretocáveis, para garantir que cada vez mais gerações tenham a experiência completa de tomar aquele cafezinho coado no pano e experimentar os clássicos sabores do local.
“A gente tem um compromisso inegociável que é garantir que o Café Nice não perca sua essência com a revitalização. A gente vai manter tudo isso muito vivo: os azulejos originais seguirão preservados, as memórias vão ser celebradas no espaço, e a gente vai continuar servindo os clássicos, como creme de maisena com ameixa, o café coado no pano, o frapê de coco e algumas outras receitas que ficaram no passado e que a gente estará resgatando”, explica Issa.
Ao longo dos próximos seis meses, o projeto contará com a atuação de uma equipe criativa dedicada à gestão completa da campanha e da marca, consultorias especializadas para resgatar receitas originais e implementar boas práticas na cozinha, além do treinamento da equipe para esse novo momento.
“O foco está em melhorar a operação da casa para que ela funcione plenamente e respeitando essa tradição. Esse cronograma de seis meses inclui várias etapas, como o diagnóstico da cozinha para adaptação às novas regras da vigilância sanitária, o treinamento de equipes, o resgate de receitas antigas e o desenvolvimento de novos métodos de gestão”, acrescentou Douglas.