São muitas as linhas de ônibus de Belo Horizonte: 5106, 1502, 5250… e por aí vai. Para muitos, a numeração pode parecer aleatória, mas a verdade é que ela esconde uma lógica muito bem definida por trás. A combinação de todos esses algorismos leva em conta as regiões por onde circulam os coletivos e o tipo de serviço prestado à população. Entenda abaixo!
Desde 1998, a numeração indica a regional administrativa que o ônibus atende. Isso significa que, só de bater o olho, o usuário é capaz de saber de onde o ônibus sai e para onde vai. A lógica é simples, mas cheia de detalhes.
Cada linha tem um código com até quatro dígitos. Em cada regional, as linhas começam com um número, obedecendo a seguinte ordem:
0 – Hipercentro
1 – Centro-Sul
2 – Oeste
3 – Barreiro
4 – Noroeste
5 – Pampulha
6 – Venda Nova
7 – Norte
8 – Nordeste
9 – Leste
A quantidade de dígitos implica no serviço ofertado à população:
Linhas com dois dígitos: são troncais, que partem de estações de integração com destino à área Central, usando vias principais, como as avenidas Amazonas e Antônio Carlos.
Exemplos são as linhas 30 (Estação Diamante – Centro) e 50 (Estação Pampulha – Centro).
Linhas com três dígitos: são alimentadoras, que fazem trajetos internos em uma regional ou entre regionais vizinhas. As alimentadoras também fazem conexão entre o bairro e uma estação de integração ou do metrô.
Exemplos são as linhas 407 (do Bairro Califórnia ao Bairro Glória, na região Noroeste) e 807 (Estação São Gabriel – Bairro Ribeiro de Abreu).
Linhas com quatro dígitos: com itinerários mais longos, interligam duas regionais ou uma regional ao Centro. São elas:
- Radial: liga um bairro ao Centro;
- Perimetral: de uma regional a outra, sem passar pelo Hipercentro, como a linha 8150 (União – Serra, atendendo a região Hospitalar).
- Diametral: liga uma regional a outra passando pelo Hipercentro, como a linha 9202 (Pompéia – Jardim América – via Hipercentro).
Suplementares: interligam regiões com miniônibus e não atendem a área Central.
Vilas e favelas: miniônibus para áreas com difícil acesso, onde não é possível o tráfego dos veículos convencionais.
Mudança gradual na numeração
Apesar da padronização, 31 linhas mantêm a numeração anterior a 1998, quando o critério era baseado em corredores. Exemplo: linha 1502, criada em 1982 e ainda em operação.
Em 2023, quatro linhas da regional Pampulha (4403A, 4403C, 4403D e 4410) foram reestruturadas e renumeradas como 5034, 5035 e 5036.
As linhas que mantêm o padrão antigo de numeração são: 1145, 1404A, 1404C, 1502, 1505, 1505R, 1509, 1510, 3301A, 3301B, 3302A, 3302B, 3302D, 3502, 3503A, 4405, 4501, 4801A, 4802A, 5502C, 5503A, 5503B, 5506A, 8001A, SC01A, SC01B, SC01R, SC02A, SC03A, SC04A e SC04B.
Vilas e favelas
Atualmente, 12 linhas atendem vilas e favelas da cidade, com microônibus que acessam áreas onde os coletivos convencionais não chegam. São elas: 101 (Aglomerado Santa Lúcia); 102, 103, 107 (Aglomerado da Serra); 201, 203 (Morro das Pedras); 319 (Vila Cemig); 321 (Olhos D’Água, Pilar); 336 (Vila Bernadete); 740 (Tupi); 826 (Montes Claros) e 902 (Taquaril). Desde 2023, a Prefeitura de Belo Horizonte implantou tarifa zero nestas linhas.
Atualmente, o sistema de transporte coletivo da capital tem 299 linhas ativas, com cerca de 2.723 ônibus operando diariamente, incluindo os do MOVE. Cerca de 1 milhão de pessoas utilizam o transporte público diariamente.
Com PBH