A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu três mandados de prisão e quatro de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (10/6) em operação que investiga um crime ocorrido em 13 de março, no bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de Belo Horizonte, motivado por rivalidade entre torcidas organizadas. Entre os presos, estão o presidente da Máfia Azul, Arthur Guedes, e o vice-presidente da torcida organizada do Cruzeiro, Messias “Cuei”.
As ações fazem parte da operação Hooligans e foram realizadas em Belo Horizonte, Contagem e Brasília (DF). No dia do crime, os suspeitos teriam invadido um estabelecimento comercial com o objetivo de agredir um torcedor do Atlético e roubar uma camisa da torcida rival. Na ocasião, a mãe da vítima também foi agredida ao tentar intervir.
As informações apuradas até o momento indicam que o ataque foi premeditado. “As filmagens indicam que houve uma premeditação na prática do delito. As informações que nos chegaram são no sentido de que os responsáveis foram vistos mais de uma vez naquele local até terem a oportunidade de cometer o crime”, diz um dos delegados responsáveis pela investigação.
Segundo a polícia, a camisa roubada no dia do crime foi exibida nas redes sociais dos investigados como um “troféu”. Os autores já têm passagens por crimes relacionados a brigas entre torcidas organizadas.
O que diz a Máfia Azul?
Em nota enviada à Rede 98, a defesa do presidente e do vice-presidente da Máfia Azul disse que “até o momento, não há provas concretas que sustentem qualquer responsabilidade penal dos diretores da torcida organizada”.
“Reiteramos a confiança de que, no momento oportuno, todos os fatos serão devidamente esclarecidos e a verdade prevalecerá. A defesa acredita que os diretores estão sendo injustamente associados a condutas praticadas por terceiros, o que evidencia um tratamento seletivo e, por vezes, persecutório”, diz o comunicado, assinado pelas advogadas Júlia Almeida e Lúnia Lima.
Ainda de acordo com a defesa, “é notória a ausência de imparcialidade por parte das autoridades policiais, que reiteradamente adotam medidas mais severas contra integrantes da Máfia Azul”.
“Recentemente, dois membros da torcida, conhecidos como Digô e Bidu, foram brutalmente assassinados em meio aos conflitos entre torcidas organizadas. Até o presente momento, não houve prisões ou responsabilizações pelos crimes, tampouco informações oficiais sobre o andamento de investigações relacionadas a essas mortes”, continua a nota.
“Dessa forma, a defesa reafirma que considera a prisão dos diretores como medida arbitrária e desproporcional, e seguirá atuando com firmeza e dedicação para demonstrar sua inocência e restaurar a justiça”, finalizou a defesa.