As discussões para retirada de carretas de minério da BR-040, entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, na Zona da Mata, avançam. As obras em pontos importantes da rodovia podem ser antecipadas. A medida foi discutida na última reunião do Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica do Ministério Público (Compor).
O fluxo de veículos de carga na rodovia é questionado por prefeitos de cidades que ficam ao longo do trecho por causa do grande número de acidentes. E as ocorrências graves seguem acontecendo. Na última semana, a batida entre um carro e uma carreta matou três pessoas em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais.
Para diminuir essa carnificina, obras urgentes são cobradas por prefeituras de cidades que ficam no trecho. Segundo Orlando Caldeira, prefeito de Itabirito, as discussões foram ampliadas no último encontro do Compor, principalmente, em relação à mudança das obras para o trecho entre a capital mineira e a Região Central de Minas Gerais. Isso, de acordo com ele, poderá acelerar a retirada dos veículos de carga.
“Ganhamos com a evolução das obras iniciarem no trecho do Alphaville até Congonhas, Lafaiete. Isso é importante, pois no início a ANTT mencionava iniciar por Juiz de Fora e hoje nós ganhamos velocidade dentro dos prazos estabelecidos com a EPR para que essas obras iniciem na região mais precária e de maior volume de acidentes e mortes. Então, foi uma reunião extremamente produtiva. Estamos convictos de que o trabalho está caminhando para soluções factíveis de imediato para essas soluções”, explicou o prefeito.
A EPR Via Mineira, concessionária responsável pela rodovia no trecho entre BH e Juiz de Fora, confirmou a alternativa estudada. Segundo a empresa, o projeto consiste em uma faixa preferencial entre Nova Lima e Conselheiro Lafaiete. Além disso, diz que obras podem ser antecipadas em pontos críticos como a Curva da Celinha, o Trevo de Moeda e a duplicação do trecho entre Congonhas e Lafaiete. “As propostas estão em fase de consolidação técnica, com foco na estruturação dos orçamentos e análise dos impactos envolvidos, e serão apresentadas em maio”, explicou.
Acordos firmados
A promotora Danielle Arlé, coordenadora Técnico-Jurídica do Compor, afirma que a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), deve apresentar acordos de possíveis soluções para o problema na rodovia.
“O grupo executivo que já havia sido formado agora será subdividido em grupos temáticos de subgrupos a fim de trazer maior objetividade, melhor técnica dos estudos, para a produção de um relatório final conclusivo. O que se espera desse relatório é que ele traga as possíveis soluções para esse problema que é multicomplexo e multipartes”, afirma a promotora.
Projetos
O transporte de minério poderá ser feito por um terminal ferroviário que está sendo revitalizado em São Gonçalo do Bação, distrito localizado a 16 quilômetros de Itabirito. A operação começa já no segundo semestre deste ano. O terminal faz parte das obras da antiga Ferrovia do Aço, que já existe há mais de 40 anos, e agora vai ser revitalizado.
A empresa responsável pela implantação do projeto é a Terminal Ferroviário de Bação (TFB). Há 8 anos são feitos estudos para analisar os impactos sociais, ambientais, culturais e econômicos na região. Neste ano, o licenciamento para o início das obras foi concluído junto aos órgãos responsáveis.