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Rua Padre Eustáquio é a mais poluída de BH, mostra pesquisa da UFMG

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O estudo, conduzido pelo climatologista Alceu Raposo Júnior, mapeou a qualidade do ar em diversas vias da cidade (Reprodução/StreetView)

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Uma tese defendida no Instituto de Geociências da UFMG revela que a Rua Padre Eustáquio, na Região Noroeste da capital, é o ponto com maior concentração de poluentes do ar em Belo Horizonte. O estudo, conduzido pelo climatologista Alceu Raposo Júnior, mapeou a qualidade do ar em diversas vias da cidade e identificou níveis muito acima dos limites recomendados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

A via mais crítica da capital

Durante o monitoramento, a Rua Padre Eustáquio registrou média de 77,5 microgramas de material particulado por metro cúbico (µg/m³), chegando a 86 µg/m³ em determinados trechos. O parâmetro de referência da OMS é de 45 µg/m³, o que significa que os índices na via ficaram quase 70% acima do limite considerado seguro.

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Outras vias analisadas também apresentaram níveis elevados:

  • Avenida Nossa Senhora do Carmo – 69 µg/m³
  • Avenida Antônio Carlos – 69 µg/m³
  • Avenida Amazonas – 65 µg/m³
  • Rua Barão Homem de Melo – 69 µg/m³
  • Anel Rodoviário – 57 µg/m³

Mesmo assim, a Padre Eustáquio superou todas as demais, tornando-se o ponto mais crítico do mapeamento.

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Por que a Rua Padre Eustáquio concentra tanta poluição?

De acordo com Alceu Raposo, o problema não está apenas no volume de veículos, mas na forma urbana da via. A Rua Padre Eustáquio é estreita, cercada por edificações muito próximas e com pouca ventilação natural, o que cria um ambiente propício para a retenção de gases e partículas.

“Quando os automóveis circulam em baixa velocidade e o ar não se renova, os poluentes se acumulam. É o que chamamos de microcanyon urbano — uma espécie de corredor onde a ventilação é insuficiente para dispersar as emissões”, explica o pesquisador.

Essa configuração contrasta com avenidas mais largas, como a Antônio Carlos, que, mesmo com fluxo intenso, apresentam melhor dispersão da poluição devido à distância entre os prédios e à fluidez do trânsito.

O assunto também foi tema do podcast “Aqui tem ciência”, da UFMG.

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Como o estudo foi feito

Para medir os índices de poluição, o climatologista utilizou uma estação de monitoramento móvel, instalada em um veículo e equipada com sensores ópticos a laser. O sistema aspirava o ar e contava o número de partículas em suspensão durante o trajeto, permitindo medições em tempo real em diferentes pontos da cidade.

O método, segundo o autor, se mostrou eficiente e de baixo custo, o que abre caminho para que outras cidades adotem a mesma tecnologia. “A proposta é democratizar o monitoramento da qualidade do ar, permitindo que municípios tenham dados próprios e atualizados sem depender de estruturas caras e complexas”, afirma.

Bolsões de poluição no inverno

A pesquisa também confirma que Belo Horizonte apresenta piores índices de qualidade do ar no inverno. Nessa estação, a atmosfera tem menor capacidade de dispersar os poluentes, favorecendo a formação dos chamados “bolsões de poluição” — áreas em que o ar fica mais concentrado e o risco de problemas respiratórios aumenta.

“Durante o inverno, a cidade é recoberta por bolsões de poluição, porque a atmosfera não consegue remover os poluentes com eficiência. Isso afeta diretamente a saúde da população urbana”, destaca o pesquisador.

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Impacto urbano e legado da pesquisa

Os resultados mostram que o planejamento urbano influencia diretamente a qualidade do ar. Ruas estreitas, com tráfego intenso e pouca ventilação, concentram mais partículas e gases tóxicos. Já vias amplas, arborizadas e bem ventiladas tendem a registrar índices menores.

Além do diagnóstico, o estudo deixa uma contribuição metodológica importante. “O legado dessa tese é mostrar que é possível medir a poluição de forma acessível e precisa. Essa tecnologia pode ser replicada em outras cidades brasileiras”, conclui Alceu Raposo Júnior.

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Roberth R Costa

Atuo há quase 13 anos com jornalismo digital. Coordenador Multimídia. Rede 98 | 98 News

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