Canetas emagrecedoras: versões nacionais ampliam debate sobre uso com acompanhamento médico

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Roberth R Costa

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a médica nutróloga e endocrinologista Eliana Teixeira falou sobre as canetas emagrecedoras nacionais (Divulgação)

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A partir de agosto, o Brasil terá os primeiros medicamentos nacionais na categoria das chamadas “canetas emagrecedoras”. Os produtos, batizados de Olire e Lirux, serão lançados pela farmacêutica MS. Um é voltado ao controle da obesidade, e o outro ao tratamento do diabetes tipo 2. A chegada desses medicamentos reacende o debate sobre a segurança, eficácia e o uso responsável dessas substâncias.

Para explicar como funcionam essas canetas, a médica nutróloga e endocrinologista Eliana Teixeira, que atua há mais de 15 anos com emagrecimento, esclareceu os principais pontos sobre o tema em entrevista na 98 News nesta quinta-feira (12/6).

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“Essas medicações são derivadas de peptídeos, de hormônios intestinais, que nós chamamos de hormônios peptídeos. Um dos principais mecanismos de ação é que elas retardam o esvaziamento do estômago, promovendo uma maior saciedade. E elas também têm ação no sistema nervoso central, no centro da fome”, explicou a médica.

Entenda as diferenças entre as substâncias

As versões brasileiras vão usar a substância liraglutida, diferente das mais conhecidas semaglutida (caso do Ozempic) e tirzepatida (caso do Mounjaro), ambas de aplicação semanal. A liraglutida exige uso diário.

“A liraglutida foi uma das primeiras moléculas estudadas. Já o Ozempic é de aplicação semanal, e o Mounjaro tem dois tipos de hormônios: GIP e GLP-1. Já o Lirux e o Olire têm apenas o GLP-1”, detalhou Eliana.

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O uso diário pode demandar maior disciplina, mas o custo mais baixo pode compensar. Segundo a médica, os novos medicamentos devem custar entre 10% e 20% a menos em relação às versões importadas.

Acesso e cuidados

Com a chegada ao mercado nacional, há expectativa de que os medicamentos também sejam disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS), o que aumentaria o alcance do tratamento.

“Graças a Deus isso chegou para o SUS, porque a gente observa que a cada 10 adultos, nós temos sete acima do peso. Controlar a obesidade, que leva a várias outras doenças, é de suma importância. Controlar doença que não tem cura, sem medicamento, muitas vezes é impossível.”

Ainda assim, Eliana alerta que não se trata de uma solução rápida, nem de um tratamento indicado para qualquer pessoa. “Elas são contraindicadas para indivíduos com alergia à substância, com neoplasias múltiplas e para câncer medular da tireoide. Fora isso, são bem toleradas. Mas não são isentas de efeitos colaterais.”

Perda de massa muscular e riscos sem acompanhamento

Entre os riscos do uso indiscriminado, estão náuseas, vômitos, desidratação e até perda de massa muscular e óssea, especialmente em mulheres acima dos 50 anos.

“Isso não é saudável para o paciente obeso, aliás, para nenhum tipo de paciente. Quando a gente tem uma perda de massa muscular em pessoas mais velhas, pode acontecer de vir junto uma perda óssea, que favorece a osteoporose.”

A médica reforça que obesidade é uma doença crônica e, como tal, exige tratamento de longo prazo com profissionais. “Obesidade requer acompanhamento crônico, que significa para o resto da vida. Essas substâncias requerem acompanhamento médico.”

Medicamento não substitui mudança de hábitos

Mesmo com o apoio das canetas, a especialista destaca que o emagrecimento saudável depende de mudanças no estilo de vida. “O paciente tem que ser mais ativo, começar a fazer atividade física. O controle alimentar também é fundamental para o resto da vida. Se possível, o acompanhamento psicológico é muito importante para o paciente obeso.”

A expectativa é que o lançamento das versões brasileiras, associado a uma maior conscientização sobre o uso responsável, possa contribuir com o enfrentamento da obesidade no Brasil.

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Roberth R Costa

Atuo há mais de 10 anos com jornalismo digital, formado em Publicidade e Propaganda, acumulo premiações por reportagens diversas. Editor e dev. de produtos digitais na 98.

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